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Campeonato goiano de futebol feminino carece de investidores

Atletas e dirigente de clube goiano mencionam falta de interesse do governo, escolas e empresas de contribuir para a categoria avançar a nível nacional

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É fato que o futebol é a paixão dos brasileiros, pode ser que nem de todos, mas tanto homens quanto mulheres gostam e estão cada vez mais envolvidos no esporte. O engraçado é que o envolvimento não é apenas na torcida, mas também na questão de gerar novos talentos, seja no futebol masculino ou feminino. E por falar do futebol feminino, o mesmo apesar de ganhar mais espaço, ainda tem muito a percorrer, podemos fazer um olhar para dentro de Goiás que mesmo com a competição deste ano contou com a participação de apenas seis equipes, e dos gigantes do estado, apenas o Goiás com um representante.

Em Goiás, seis clubes participaram do campeonato goiano de futebol feminino: Aliança, Vila Nova, Flugoiania, Vasco de Itaberaí, Trindade e Abecat Ouvidorense. O estadual de 2023 foi caracterizado por alto desempenho das meninas e chuva de gols.

Apesar disso, a falta de recursos ainda impede que os clubes avancem em nível nacional. Mesmo os clubes que já alcançaram um orçamento salarial mais elevado com o acesso a série A do Campeonato Brasileiro ainda não possuem escolinhas de futebol feminino.

Luiz Cezar Ferreira, dirigente do Aliança Futebol Clube, menciona a falta de apoio e as dificuldades enfrentadas no Estado.

“As escolas não incentivam as meninas, elas chegam aqui através de muita dedicação e esforço dos pais. E quando completam 14 anos vão embora, vão morar em São Paulo. Nós não conseguimos nenhum apoio e patrocínio sem a mediação do governo, o que dificulta muito o trabalho.”

O Aliança é um clube que se mantém de forma voluntária e que possui uma parceria com o Goiás Esporte Clube, que colabora auxiliando com gastos financeiros e estruturais. Entretanto, Luiz reitera que não existe retorno, pois mesmo existindo o trabalho nas categorias de base, os clubes não pagam pelo passe das garotas. “Saem de graça. E se torna cada vez mais caro trazer meninas de fora, manter elas aqui.”

Marilia Baiocchi Dionísio, tem 31 anos e é jogadora do Aliança, ela argumenta que o maior obstáculo para as meninas avançarem não é a falta de dinheiro e sim de interesse das pessoas de investirem no feminino da mesma forma que acontece com os clubes masculinos. "Meu sonho é trabalhar de carteira assinada, viver do futebol, queria que tivessem contratos da mesma forma que acontece com o futebol masculino".

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