
O técnico do Goiânia, Wiliam Campos, concedeu uma entrevista exclusiva ao jornal Diário da Manhã e opinou sobre o Goiânia, o Campeonato Goiano e o futebol brasileiro. o comandante trouxe reflexões e questionamentos sobre o mundo do esporte na entrevista em formato "ping-pong". Confira abaixo!
Tô gostando muito dessa experiência no futebol goiano à frente do Goiânia. Tudo bem que tem passado por uma transformação, desde a gestão do clube e estruturalmente. A questão da estrutura física do clube e uma construção de um CT novo. O clube está caminhando pro caminho que a gente acredita e ver que é necessária pro futebol profissional. Wiliam Campos
Outras respostas de Wiliam Campos
Qual o balanço do Campeonato Goiano?
"O campeonato goiano para mim foi, de certa forma, até também uma frustração. A gente tentou de todas as formas fazer algo diferente, mudar a equipe, em alguns momentos mudar a forma de jogar. A gente viu que foi por pouco, acabou perdendo alguns jogos em detalhes, em alguns erros individuais e cruciais da equipe. Infelizmente não deu tempo para a gente recuperar e acabamos não livrando o time desse rebaixamento. Para mim foi como eu falei, foi uma experiência nova, eu nunca tinha passado por isso. A gente procurou, dentro das possibilidades, fazer tudo que foi possível para fazer com que isso não acontecesse. A diretoria também fez tudo que teve possibilidades ao seu alcance, deu toda a estrutura possível. Possível, deu todo o respaldo possível para que a gente pudesse fazer o nosso melhor. Infelizmente, a gente não alcançou e fica o aprendizado, ficam as experiências."
Quais as diferenças entre o campeonato goiano e o campeonato gaúcho?
"Eu vejo uma diferença pouca do campeonato gaúcho e do campeonato goiano. Vejo um pouquinho naturalmente o Gauchão é um campeonato um pouquinho mais força, mais marcação, as equipes priorizam bastante a marcação. Aqui eu vi o jogo com um pouquinho mais espaço para se jogar. Vejo também que é um campeonato muito bom, muito competitivo, de intensidade alta, cada vez mais tem evoluído o campeonato, a organização, a estrutura. Então, gostei muito do campeonato goiano e com certeza a cada edição vai estar evoluindo, melhorando cada vez mais."
Quais as melhores equipes do Goianão 2025?
"Eu gosto muito da equipe do Anápolis, vem fazendo uma grande campanha, conseguiu manter uma base de equipe do ano passado, é uma equipe muito forte, competitiva, organizada. Gostei muito também do CRAC e do Inhumas. A ABECAT também foi uma equipe que eu não enfrentei, mas consegui observar alguns jogos. Eu não conheço lá a estrutura do clube, mas todo mundo fala muito bem e falam muito bem da organização, da estrutura. As equipes da capital com o tempo vão conseguir estar evoluindo cada vez mais. No Campeonato Brasileiro eu vejo que vão ter condições de estar brigando pelo acesso."
Qual a expectativa para a Série D?
"A expectativa da D é que a gente consiga, primeiro, terminar de formar esse time competitivo. Fazer essa intertemporada muito boa, como a gente tem procurado fazer já nesses dias, mesmo com um grupo reduzido que a gente se apresentou. A gente vai apresentando aos poucos os atletas. Nesses 14 jogos a gente alcançar a pontuação ideal para quem possa estar brigando na parte cima da tabela no grupo, alcançar essa classificação. Depois chegarmos fortes nesses mata-matas, que são sempre um novo campeonato, sempre muito difícil."
Como está sendo o processo de contratações para a Série D?
"A gente tem feito um trabalho em conjunto sobre as contratações. Desde que quando eu fui acionado para vir, a gente já fez esse contato para essa competição também. A gente viria para o estadual e já daria sequência para a Série D. Tem sido desgastante, demorado um pouquinho, mas a gente sabe que não é fácil, mas também por isso que a gente tem procurado ter um cuidado muito grande, para que possa acertar o máximo possível nas contratações. Ter uma equipe forte, competitiva, que conhece a competição, e para isso, a gente precisa ter essa esperteza, essa inteligência, ser muito ativo no mercado, a gente tem um conhecimento também de diversos jogadores, diversos estados. Então, é seguir esse caminho para que o quanto antes a gente consiga ter o grupo fechado para nós estarmos todos trabalhando em busca de um só objetivo."
Qual a importância da análise de desempenho no futebol hoje?
"A parte de análise e desempenho cada vez mais tem crescido no futebol. Eu sempre gostei de ter esse profissional junto comigo nas comissões, muitas vezes a gente chega nos clubes, a gente já tem os analistas do clube, e agora também tenho tido essa possibilidade de também levar junto. Acho que é importante também porque já se ganha tempo, já sabe como é a nossa forma de trabalhar, de como a gente gosta dos vídeos, eu sou um treinador que gosta de filmar todos os treinos, de fazer uma análise do treino diário, de fazer um relatório diário e semanal dos treinamentos, do que foi feito, do objetivo, do porquê daquele treinamento. Então isso tudo é um trabalho que a análise faz em conjunto comigo também. A gente tem procurado potencializar cada vez mais para que, no fim das contas, o atleta possa entrar abastecido das melhores informações e mais objetivas possíveis. Dessa forma que eu gosto de trabalhar e ele possa estar desempenhando o seu melhor de todas as formas para buscarmos as vitórias."
Como você enxerga o processo de formação de treinadores no Brasil?
"Eu tive a oportunidade de fazer uma licença recentemente na CBF, em outubro, e observei que evoluiu, que cresceu, que tem melhorado os conteúdos, acho que os professores tem passado também em mais partes práticas também. Vejo que são valores muito altos, não só do curso, mas também de tudo que envolve: deslocamento, passagem ida e volta, dependendo do lugar, onde a gente hospedar. Tudo são gastos, coloca tudo aí, fica realmente um valor pesado, mas que a gente precisa investir, eu vejo dessa forma. Graças a Deus a gente consegue esse acesso a esses cursos, não só também da CBF, como a gente já fez com diversos outros cursos que eu já fiz. Acho que é importante essa parte teórica, esse conhecimento, futebol tem mudado a cada ano quase, tem se apresentado novas situações, novos momentos, mas acho que a essência é sempre a mesma."
O futebol brasileiro carece de uma nova geração de bons treinadores?
"A gente tem uma capacidade muito grande de revelar, não só jogadores, mas como treinadores também, preparadores físicos, né, todo o staff aí. Então, cada vez mais aí acreditando, evoluindo, melhorando, né, cada vez mais melhorando o nível dos cursos aí que a gente está nesse caminho certo, né. Acredito que a questão da Europa é muito em cima da licença, momento aí que a gente conseguiu validar aí a licença da CBF Academy, vai abrir muitas portas aí pra fora também, aí como falei. Quando o Brasil vinha sendo campeão do mundo, o mundo todo via o treinador brasileiro como o melhor. Vejo que os treinadores estão cada vez mais estudando, buscando conhecimento, não se acomodaram."