
Por Bruno Garcia e Wagner Tahan
O jornalismo esportivo goiano é recheado de profissionais e "profissionais" da comunicação. Como toda área de trabalho, existem profissionais bons e ruins. Porém, no jornalismo, é preciso haver mais responsabilidade sobre o que se fala, como se fala e para quem fala.
É inerente ao trabalho jornalístico a ética, o compromisso com a verdade e a humanidade no exercício do mesmo. No entanto, além da ausência destes em alguns formados na área, algumas pessoas entram no Jornalismo e não compreendem a importância destes pilares.
Sob essa perspectiva, em nosso estado, no âmbito do esporte, é possível enxergar a panela, segregação e o extremismo. E isso vale para os meios de comunicação tradicionais, alguns profissionais dos meios e sua opiniões.
As opiniões sem fundamento, extremistas e cubista dominam o dia a dia da imprensa de Goiás. Mas não basta só a mídia, os clubes ainda estimulam discussões que ultrapassam o respeito com jogadores, clubes e colegas de trabalho.
A prioridade (já que vai além da preferência exacerbada) aos "amigos", às "pessoas de confiança", ao maior tempo de audiência e de programa, aos elogios pessoais e profissionais, misturam com as análises e debates na rotina da nossa imprensa. E isso atrapalha não somente a qualidade do programa e a credibilidade de todos os envolvidos, como também o crescimento mais justo dos jornais e portais com menor expressão e dos jornalistas jovens ou "odiados".
O maior exemplo disso são as rádios. Os programas esportivos nesse meio de comunicação ainda são muito fortes entre o público goiano, que é, de certa forma, caricato e tradicional. Até por isso, os comentaristas que moldam a opinião do torcedor do nosso estado, agem da mesma forma e promovem opiniões, em sua maioria, baseadas em ignorância, achismos ou mentiras.
São dinossauros da mídia. Criticam sem nenhum embasamento ou estudo. Claro que há exceções, mas são poucas. E isso é muito nocivo para o futebol goiano, pois promove a falta de conhecimento e de análises profundas sobre o esporte e a evolução dos clubes.
Não bastasse a falta de estudo, muitos deles esquecem (ou não sabem) o principal ponto do jornalismo esportivo: o questionamento. A depender desses velhos dinossauros radialistas, um bom encontro com um dirigente manipulador, já é o suficiente para esses nunca o criticarem durante um ano inteiro.
As mídias independentes deveriam ser diferentes. Agir de uma maneira incisiva e crítica, mas o que vemos é o mesmo padrão de comportamento: páginas se ‘vendendo’ a dirigentes em troca de informações e promovendo ações extremamente patéticas e prejudiciais. Não tem jeito. O nosso problema é cultural e só vamos perceber quando o futebol do estado de Goiás afundar.
Não duvidem: daqui uns 10 anos, alguém imagina algum clube goiano disputando títulos de expressão? O que eu vejo é o futebol goiano chegando no mesmo nível do futebol de Sergipe, onde a única coisa que teremos pra valorizar será um campeonato estadual que já é falido, sem graça e muito mal organizado.
Aproveitem enquanto podem, pois só vai piorar. E a culpa não vai ser só dos dirigentes, mas também de quem tem o microfone na mão.