Testemunha liga Fundação Messi à cartel de narcotraficantes mexicanos
Diário da Manhã
Publicado em 26 de junho de 2015 às 06:38 | Atualizado há 10 anosMADRID. Uma testemunha que colabora com as investigações da Agência Antidroga dos Estados Unidos (DEA, na sigla em inglês) revelou, em depoimento, a possível ligação entre a Fundação Messi e o cartel mexicano de narcotraficantes Los Valencia.
A Fundação Messi é a responsável pela realização de amistosos anuais com amigos do craque e está sob suspeita de ser usada pelos criminosos em um suposto esquema de lavagem de dinheiro. O depoimento foi publicado na última quinta-feira pelo diário espanhol “El Mundo”.
A investigação desta provável ligação já estava sendo investigada pela Justiça espanhola e, agora, a DEA começou a divulgar os resultados de seu próprio trabalho.
A lavagem de dinheiro aconteceria de maneira bem simples durante as turnês Amigos de Messi, de razão beneficente. Uma conta era aberta para que os interessados em assistir aos jogos que reuniam craques mundiais, inclusive Neymar, que participou em 2003, em Lima, no Peru, depositassem uma quantia. A investigação teria concluído que houve compra de entradas fictícias, com a destinação deste dinheiro para os narcotraficantes. A “conta fantasma” recebeu muito mais dinheiro do que seria possível apenas com a venda de entradas. O esquema ficou conhecido como “Fila Zero”.
O Los Valencia chegou a ser o responsável por um terço da cocaína enviada aos Estados Unidos. Somente como recompensa por ter supostamente servido de fachada, o representante de Messi na Argentina, Guillermo Marín, teria recebido do cartel US$ 1,7 milhão (R$ 5,1 milhões). A informação teria sido dada às autoridades por Andrés Barco, um colombiano que organiza amistosos na América Latina.
A turnê de amistosos foi a Bogotá e Medellín (na Colômbia), Lima (Peru), Chicago, Los Angeles e Miami (EUA), e Cancún (México). Messi e seu representante foram chamados, em 2013, para prestar esclarecimentos à Justiça Espanhola, mas não se manifestaram.