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Vini Jr. é vítima de racismo mais uma vez na Espanha

No Estádio Mestalla, torcedores do Valencia gritaram repetidas vezes "mono" (macaco) em direção a astro brasileiro

Vini Jr., astro do Real Madrid: alvo de insultos racistas no Campeonato Espanhol - Foto: Instagram/ Reprodução Vini Jr., astro do Real Madrid: alvo de insultos racistas no Campeonato Espanhol - Foto: Instagram/ Reprodução

O brasileiro Vinicius Junior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid neste domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada.

No Estádio Mestalla, torcedores do Valencia gritaram repetidas vezes “mono” (macaco) em direção a Vini Jr, que mostrou ao árbitro Ricardo de Burgos de onde vinham as ofensas. O juiz, então, decidiu paralisar o jogo.

O sistema de som do estádio anunciou a paralisação do duelo devido ao comportamento dos fãs do Valencia e pediu que a torcida desse fim às “manifestações racistas”. Houve um novo aviso até que, depois de cerca de oito minutos, a partida foi retomada, com Vini Jr em campo.

No fim do confronto, porém, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso nos acréscimos.

São muitos os episódios de racismo contra Vini Jr e poucas as punições da LaLiga, responsável por organizar o Campeonato Espanhol. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de “macaco” por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano.

Sem ter pelo o que brigar nesta final de temporada, o Real Madrid entrou em campo com um time misto, tanto que Modric e Kroos só entraram nos minutos finais da partida. Rodrygo foi outro que começou no banco de reservas.

“Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira”, afirma Vini Jr

O atacante Vinícius Júnior fez publicações nas redes sociais após ser alvo de racismo e acabar expulso durante confusão na derrota por 1 a 0 para o Valencia, no Estádio de Mestalla, neste domingo. Assim como já fez em outras ocasiões, criticou a atuação da LaLiga, associação responsável pela organização do Campeonato Espanhol, no combate ao racismo. “O prêmio que os racistas ganharam foi minha expulsão. Não é futebol, é a LaLiga”, escreveu o jogador no Instagram.

Poucos minutos depois, fez um texto mais elaborado em sua página oficial no Twitter. “Não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. O racismo é o normal na La Liga. A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas. E, infelizmente, por tudo o que acontece a cada semana, não tenho como defender. Eu concordo. Mas eu sou forte e vou até o fim contra os racistas. Mesmo que longe daqui", disse.

Repúdios

Titular na derrota do Real Madrid, o meia Dani Ceballos repudiou os insultos racistas sofridos por Vinícius Júnior. Ele afirmou que o brasileiro vem sofrendo racismo durante todo o torneio e pediu medidas mais fortes por parte da La Liga.

“Não é novidade. Vinícius é desrespeitado constantemente em todos os campos da Espanha. Temos que cuidar disso, porque é um desrespeito para a nossa liga e para o nosso clube. Espero esperançosamente que a Liga o proteja e que possamos ver o melhor de Vinícius Júnior”, disse o meia.

Ceballos ainda revelou que o técnico Carlo Ancelotti chegou a perguntar se Vinícius Júnior queria continuar na partida após os insultos. Mais tarde, o brasileiro acabou expulso após ser provocado por jogadores do Valencia. “O treinador perguntou se ele queria continuar jogando. Vinícius é profissional e disse que queria continuar ajudando a equipe”, afirmou.

Já o goleiro Courtois afirmou que estava disposto a comprar a briga do brasileiro caso ele se recusasse a continuar jogando. “Se ele tivesse decidido parar, eu teria ido com ele porque é algo que não podemos tolerar. Houve um ato de racismo. Há alguns anos, o Valencia denunciou um jogador do Cádiz pelo mesmo e agora está acontecendo isso aqui. Houve barulho de 'macaco'... não podemos tolerar isso", afirmou.

O técnico Carlo Ancelotti também criticou os atos racistas e defendeu enfaticamente que o jogo deveria ter sido paralisado imediatamente. “Ele não era o culpado, ele era a vítima. O estádio gritou 'macaco' para um jogador e a partida deveria ter sido interrompida naquele momento”, disse.

O treinador também comentou sobre as provocações de Vinícius Júnior aos torcedores do Valencia. O jogador saiu de campo fazendo gestos de segunda divisão, uma vez que o clube briga contra o rebaixamento no Campeonato Espanhol. “A reação é bastante normal para um jogador que sofreu insultos racistas de todo o estádio. A situação é bastante clara”, comentou Ancelotti

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