
Em um momento de grande tensão política no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), organizou um jantar que reuniu integrantes dos Três Poderes para homenagear a passagem de Rodrigo Pacheco pela presidência do Senado. O evento, realizado em um contexto delicado, ocorre às vésperas do julgamento da denúncia contra os acusados de tentativa de golpe de Estado, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 indiciados.
Entre os convidados estavam o vice-presidente Geraldo Alckmin, representantes da Procuradoria-Geral da República (PGR), da Polícia Federal (PF), além dos presidentes da Câmara e do Senado. Oito dos 11 ministros do STF compareceram ao jantar, incluindo o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Esse tipo de reunião é comum em Brasília e serve como um termômetro para a política, refletindo a complexa rede de relações entre os poderes.
Moraes, que tem sido alvo de críticas por sua atuação na relatoria da denúncia do golpe, é conhecido por suas conexões políticas. O evento pode ser visto como uma demonstração da sua influência e dos laços que mantém com figuras importantes do cenário político brasileiro. No entanto, a proximidade com figuras políticas também pode gerar dúvidas sobre a independência do STF em momentos críticos como o julgamento da denúncia de tentativa de golpe.
O julgamento, marcado para os dias 25 e 26 de março, é um dos mais importantes da história recente do Brasil, e a participação de Moraes é central, uma vez que ele é o relator da denúncia. A decisão sobre se os acusados se tornarão réus depende do voto dos ministros da Primeira Turma do STF, que inclui Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, cujos afastamentos foram solicitados pelas defesas, mas até o momento, não foram acolhidos pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso.