
Uma operação do Ministério Público resultou na prisão de quatro pessoas envolvidas em um esquema de venda de diplomas falsos e carteirinhas de estudante fraudulentas. O grupo é acusado de comercializar cerca de 50 mil diplomas falsificados e milhares de carteirinhas em todo o Brasil, movimentando mais de R$ 17 milhões entre 2020 e 2023.
O esquema foi descoberto após uma denúncia em Perolândia, Goiás, onde 67 dos 114 servidores da prefeitura apresentaram certificados de cursos online para obter aumentos salariais. A quantidade de diplomas de uma mesma instituição levantou suspeitas, levando o Ministério Público a abrir uma investigação. Alguns servidores admitiram que realizaram cursos superficiais, com um deles declarando: "Como todos estavam fazendo, resolvi fazer também."
Para comprovar as fraudes, um agente do Ministério Público se matriculou em cursos das instituições Escon e Fajon, usando um nome falso. O agente concluiu dois cursos online, totalizando mais de 270 horas de carga horária, em menos de 15 minutos. O material dos cursos era básico, sem exigência de participação efetiva ou avaliação rigorosa.
Além dos cursos online, o esquema incluía a confecção de certificados e carteirinhas de estudante falsificadas, vendidas em diversas regiões do país. O dinheiro obtido era lavado por meio de uma fábrica de papel controlada pelos suspeitos, movimentando cerca de R$ 4 milhões.
Os envolvidos foram presos em São Lourenço, Minas Gerais, e vão responder por organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. A promotora Gabriella de Queiroz Clementino afirmou que o grupo usava instituições de ensino como fachada para vender documentos falsificados.
A defesa dos acusados alega que as instituições não cometeram crimes e responsabiliza os estudantes e as entidades que aceitaram os certificados. O Ministério da Educação orienta a verificar a regularidade de cursos e instituições por meio de canais oficiais.
Em Perolândia, a prefeita Grete Balz suspendeu o pagamento das gratificações concedidas com base nos diplomas irregulares. A Secretaria de Educação de Minas Gerais destacou que cursos de educação não formal não podem emitir diplomas que confiram grau de escolaridade ou habilitação profissional.