A advogada e empresária Ana Paula Rezende (MDB) afirmou que não tem dúvidas que a decisão quanto ao nome da base governista para disputar a prefeitura de Goiânia nas eleições do ano que vem será, em última instância, do governador Ronaldo Caiado (União Brasil).
Para a emedebista, filha do ex-governador e ex-prefeito Iris Rezende, que chegou a ser apontada como a candidata ideal da base para a disputa na capital, Caiado tem legitimidade política e eleitoral para decidir quem melhor representará a base governista no pleito de 2024.
“Hoje, o grande líder político é o governador Ronaldo Caiado. Acho que a escolha do candidato vai passar por ele. Ele tem estatura moral e eleitoral para ajudar a escolher. Claro que ele vai ouvir os aliados, vai ouvir o vice-governador Daniel Vilela (MDB), mas acho que a escolha vai ser dele”, disse em entrevista ao jornal O Popular.
Presença na política
Ana Paula, embora tenha descartado disputar a prefeitura de Goiânia no ano que vem, já adiantou que quer continuar na política, e que pretende construir o seu próprio caminho. Segundo ela, seu objetivo é continuar contando a história do seu pai, defendendo seu legado, e ajudando aqueles que efetivamente têm compromisso com a cidade que Iris Rezende governou por quatro vezes. A advogada diz confiar na escolha do governador Ronaldo Caiado, porque vê nele uma preocupação, um cuidado especial com a capital.
“Pelo apreço que o governador tem por Goiânia, tenho certeza que ele vai escolher o melhor, ele vai ter cuidado nessa escolha”, frisou, reforçando que não existe possibilidade de rever sua decisão quanto a uma possível pré-candidatura para prefeitura de Goiânia em 2024. “Foi muito pensado”, explicou.
Depois da decisão de Ana Paula, que descartou disputar a eleição majoritária em Goiânia no ano que vem, dois nomes ligados à base do governador Ronaldo Caiado se colocaram à disposição para encabeçar a disputa. Bruno Peixoto, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, intensificou sua presença na mídia e redes sociais, declarando-se pré-candidato à prefeitura de Goiânia.
Sondado pelo próprio Caiado e pelo presidente do MDB goiano, Daniel Vilela, a partir do que apontaram pesquisas qualitativas, o ex-prefeito de Trindade por dois mandatos, Jânio Darrot (MDB), é outro nome que aparece como pretenso candidato da base.
A definição sobre o nome que efetivamente representará a base governista nessa disputa só deve acontecer em meados de março do ano que vem, conforme tem declarado o próprio governador Ronaldo Caiado.
Legado de Iris
A decisão de Ana Paula Rezende de não disputar a prefeitura de Goiânia em 2024 deixou o MDB goiano órfão de candidato na capital e os iristas sem uma referência política, mas esse fato, no entanto, não é capaz, por si só, de apagar a história daquele que é considerado um dos maiores líderes políticos de Goiás. Iris Rezende Machado, por 62 anos, ajudou a construir Goiás e, principalmente, sua capital, Goiânia.
Reconhecido como um dos maiores tocadores de obras da história de Goiás, o emedebista governou o Estado por duas vezes, e Goiânia por quatro mandatos. Estima-se que de tudo que já foi construído na capital pela administração pública, 70% desses empreendimentos sejam obras do emedebista.
O fato de Iris não ter nomeado um herdeiro político não quer dizer que a influência do emedebista na política termine com a sua morte, dizem analistas políticos. Se a desistência de Ana Paula tem força para arrefecer o espólio político, a história se encarrega de dar continuidade ao modelo de gestão pelo qual Iris se notabilizou. A avaliação é que políticos como Iris Rezende deixam legados que atravessam gerações e acabam virando referências para os mais novos. Assim como Pedro Ludovico, que construiu Goiânia, Iris se firma na história goiana como o político que mais fez por Goiás, Goiânia e seu povo. “É a história que o tempo não vai parar de contar”, avaliam.
Em nota divulgada nas suas redes sociais, Ana Paula reivindicou justamente a história do pai para decidir não concorrer à Prefeitura de Goiânia no ano que vem. Segundo Ana, ela precisa construir o seu próprio caminho na política, assim como Iris fez. Para a emedebista, é preciso ter humildade para compreender que a história de Iris Rezende não será superada e que honrar esse legado é tarefa que implica ter o espírito público que seu pai demonstrou durante toda sua vida, sem, contudo, querer tomar o seu lugar. “Não haverá outro Iris”, diz.