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O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos) transferiu para janeiro a reforma do secretariado, até que possa superar as crises politicas vividas pelo seu governo. Desde a posse, em janeiro de 2021, quando se efetivou no cargo com a morte de Maguito Vilela (MDB), Cruz vive uma sucessão de dificuldades na gestão, com a troca sucessivas de auxiliares do primeiro escalão do Paço Municipal.
Tudo começou três meses depois de empossado, em 2021, quando entrou em rota de colisão com o MDB de Maguito Vilela e de Daniel Vilela, culminando com a entrega de 21 cargos dos emedebistas, Em seguida, este ano, veio a crise envolvendo os lideres do Republicanos e da igreja Universal do Reino de Deus, baseados em Brasília, sob o comando do ex-deputado federal Wanderley Tavares.
Nesses dois anos, houve trocas em áreas importantes da administração, como as secretarias de Governo, Finanças, como também na presidência da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg).
O “sinal amarelo” acendeu no Paço Municipal, já que Rogério Cruz vai iniciar o terceiro ano de cumprimento de mandato, de olho na reeleição em 2024.
O prefeito busca dar ritmo ao seu governo, já que diversas obras, iniciadas ainda na gestão de Iris Rezende, não foram concluídas, como o BRT Norte-Sul, Avenida Leste-Oeste e restauração de ruas e avenidas, sem falar em viadutos, pontes e casas populares.
Dificuldades
A expectativa sobre a mesa diretora da Câmara de Goiânia, os primeiros passos dos novos governos eleitos em outubro (estadual e federal) e a falta de quadros explicam a demora em definir o formato do secretariado. Na primeira quinzena de outubro, o Paço Municipal chegaram a cogitar possibilidade de trocas em um quarto das pastas de primeiro escalão (29 ao total).
Desde que chegou de viagem de férias a Israel, no dia 19, o prefeito teve poucas atividades, segundo a agenda oficial. No dia 21, com diagnóstico de Covid-19, ele passou a trabalhar de casa até o fim da semana passada, segundo informações da Prefeitura.
No dia 17 de outubro, Cruz havia admitido que faria reforma da equipe em meio a “novo ciclo” na gestão. “A reforma existirá. Iremos entrar em um novo ciclo da prefeitura de Goiânia, com tantos investimentos que teremos. Então, realmente, a reforma é necessária”, disse.
Determinado a ter mais controle sobre a gestão, o prefeito também exonerou no dia 26 de outubro 1,46 mil comissionados e as recontratações têm ocorrido de forma lenta. A justificativa utilizada foi identificar os padrinhos políticos de cada servidor.
Câmara Municipal
Desde que voltou da viagem, Cruz não tem tratado de mudanças na equipe, o que faz com que aliados e auxiliares apostem na definição apenas em janeiro. A incerteza sobre o novo mandato de Romário Policarpo (Patriota) à frente da Câmara Municipal de Goiânia seria uma das principais razões para o adiamento.
Policarpo enfrenta ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que questiona sua segunda reeleição para o biênio 2023-24. Por conta da jurisprudência, há riscos de o presidente não conseguir permanecer no cargo, o que provocaria uma nova eleição para a mesa da Casa. O grupo de Policarpo, porém, acredita que a ação pode não prosseguir ou que haverá modulação, com efeitos de uma possível decisão desfavorável de agora em diante.
Um grupo de vereadores já se movimenta para possível nova eleição, enquanto a turma de Policarpo - que tem maior força na Casa - também busca, nos bastidores, coesão para se manter no comando. Oficialmente, os aliados do presidente dizem não trabalhar com plano B porque estão confiantes na vitória no Supremo.
Buscando mostrar alinhamento com Policarpo, o prefeito e a Procuradoria Geral do Município peticionaram na ação, defendendo o novo mandato do presidente.
Mudanças
O jornalista Realle Palazzo foi nomeado, nesta quinta-feira (1), para a secretaria de Comunicação, em substituição ao também jornalista Tony Carlo. O então titular da Secom havia acertado com Rogério Cruz ficar até o fim deste mês.
No dia 28 de outubro, houve exonerações na Secretaria de Infraestrutura Urbana (Seinfra) e no Escritório de Prioridades Estratégicas (EPE). Ex-Seinfra, Everton Schmaltz assumiu o EPE, no lugar de Felipe Alves de Lima, o último nome indicado pelo presidente do Republicanos do Distrito Federal, Wanderley Tavares, na gestão municipal.
Já o secretário de Administração, Denes Pereira, passou a acumular interinamente a Seinfra. A informação na época é de que ele ficaria pouco tempo na Sead e deveria permanecer exclusivamente na nova pasta.
A própria Prefeitura informou, em nota, que Denes ajudaria o prefeito na escolha do novo titular. No entanto, ainda não houve definição de um substituto na Sead. Na ocasião, o Paço informou ainda em nota que “as mudanças integram o processo de reorganização administrativa em curso e visam a impulsionar a execução dos projetos” da administração.
O prefeito também chegou a fazer convites - a Policarpo e ao ex-secretário de Segurança Pública de Goiás Rodney Miranda (Republicanos) - para a Secretaria de Governo, mas depois desistiu de mudar. O presidente da Câmara recusou assumir cargo e o nome de Rodney foi alvo de fortes críticas por parte dos vereadores. Michel Magul (MDB) seguiu na pasta, responsável pela articulação política da gestão.
Programa Goiânia Adiante, de R$ 1,7 bi, a prioridade
O Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz anunciou lançou, em outubro último, o programa Goiânia Adiante, com o objetivo de consolidar uma marca própria e seu governo. A primeira etapa prevê aporte de R$ 1,7 bilhão em infraestrutura, educação e saúde. Esse valor equivale a quase todo o investimento que a administração municipal realizou nos últimos 10 anos, entre 2011 e 2022 (R$ 1,92 bilhão). Serão R$ 140,5 milhões para educação, R$ 144,2 milhões para saúde e R$ 1,4 bilhão para infraestrutura. O secretário municipal de Finanças, Vinícius Henrique Pires Alves, afirma que o programa será todo custeado com recursos próprios. “O valor previsto para execução dessas obras, orçadas em R$ 1,7 bilhão, sairá dos cofres da prefeitura, o que dá à gestão mais tranquilidade para trabalhar”, afirma. No lançamento, prefeito explicou o critério que norteou a elaboração da primeira fase do Goiânia Adiante. Entre as obras de infraestrutura, estão cinco novos complexos viários a serem construídos em locais de tráfego intenso. São as interseções da BR-153 com a Alameda Contorno, da BR-060 com a Alameda Câmara Filho, da BR-060 com a Rua das Magnólias, da Avenida Castelo Branco com Avenida Leste-Oeste, e, por fim, o encontro das ruas 83, 86, 225 e 243, no Cepal.Dez bairros que não têm asfalto receberão obras de pavimentação, drenagem e serviços complementares: Solar Ville, Chácara São Joaquim, Elizene Santana, Residencial Elza Fronza, Sítio de Recreio Mansão dos Campos, Parque Maracanã, Privê Itanhangá, Recreio dos Bandeirantes, Recreio Caraíbas e Recreio Pindorama.Para o recapeamento asfáltico de 500 quilômetros, a prefeitura destinará R$ 291 milhões. Para operação tapa-buracos, outros R$ 30 milhões.“A maioria dessas obras vai começar imediatamente, e o nosso objetivo é o de entregar até o fim de 2023. Algumas poucas ficarão para 2024. Se houver algum problema, garanto que não será por falta de recursos”, completa Rogério Cruz.
