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Adolescente agredido pelo pai escreve carta pedindo ajuda

O adolescente de 14 anos enviou uma carta contando aos vizinhos que era agredido pelo pai por causa da sua preferência sexual. Na carta o garoto relata não aguentar mais e agredido por ele ser gay. O Menino escreveu ainda que o pai teria quebrado seu celular, mas que não desistiria de pedir ajuda.

“Já sentiu a sensação de que você não presta para ninguém? Estou sentindo isso. Está doendo muito aqui dentro. Me ajuda, por favor. Não aguento mais. Estou no maior desespero da minha vida”, escreveu.
Carta escrita por adolescente que denunciou o pai de agredi-lo por ser gay, em Jataí  — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Carta escrita pelo garoto de 14 anos que não pode ter a identidade revelada.

Depois do pedido de socorro, vizinhos gravaram o momento em que ele foi agredido. No áudio divulgado, é possível ouvir os gritos do adolescente e pai exclamando "muda" no momento da agressão. O foi áudio foi levado à polícia de Jataí.

“Eu estou cansado de te falar. Eu já não falei para você mudar? Você tem que mudar, você sabe por quê? Porque se você não mudar, eu te mato, eu te arrebento”, diz o homem na gravação.

Uma vizinha que não quis ser identificada, disse que sempre ouvia os gritos do menino. “A gente escutava ele gritando. Pedindo socorro. Para a gente que é mãe, é difícil ver uma situação dessa”.

Nessa quarta-feira (05) os policiais foram até o local após denúncia anônima e confirmaram que o menino tinha escoriações pelo corpo. No momento da agressão estava a mãe e mais duas irmãs do adolescente. A mãe do adolescente também relatou a polícia que estava ciente das agressões, " porque o menino tem tendência a homossexualidade".

Na delegacia

O suspeito foi levado para a delegacia e negou que o motivo da agressão seja pela orientação sexual do filho. O pai disse aos policias que "ele não se importa, que aceita e já tinha conversado com o adolescente, mas pegou o garoto acessando vídeos pornográficos pelo celular e não controlou a raiva”.

O homem, que não tinha passagens pela polícia. Ele assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal e foi liberado, mas ele poderá responder por lesão corporal, ameaça e violência doméstica. A delegada diz que o próximo passo da investigação é ouvir os vizinhos e analisar o conteúdo da carta. Além disso, ainda é cedo afirmar se a conduta do pai será enquadrada como homofobia.

“A princípio não foi colocado nesse crime. Se durante a investigação comprovar que foi isso, ele pode responder por um crime mais grave”, afirma. Sobre o garoto ele foi levado para a casa de uma tia e passará por acompanhamento psicológico.

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