Recebido ontem pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o governador Ronaldo Caiado se solidarizou com o povo judeu diante das consequências do atentado terrorista de 2023.
Além da guerra contra o Hamas, os dois líderes trataram por uma hora da relação social e econômica de Israel com o Brasil. Um dos pontos centrais do encontro foi o posicionamento do Brasil quanto ao conflito. Caiado fez questão de separar as polêmicas aspas de Luiz Inácio Lula do que pensa a maioria da população: “Deixamos claro que foi uma fala infeliz”.
Caiado disse que a comparação do conflito de Gaza com o Holocausto - que ceifou a vida de milhares de judeus - é um erro.
“Vocês são bons amigos de Israel, e estou muito contente em tê-los aqui”, disse Netanyahu a Caiado e ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que também participou do encontro.
A reunião realizada a porta fechada na sede oficial do governo israelense, em Jerusalém, serviu para os dois representantes do Brasil desfazerem eventuais dúvidas sobre o apreço entre as duas nações.
Conforme Caiado, Netanyahu detalhou o atentado ocorrido em 7 de outubro de 2023 e relatou a reação israelense frente à agressão que assassinou 1,2 mil pessoas. “A barbárie que fizeram é algo inimaginável”, descreveu Caiado.
Netanyahu informou que uma das pessoas sequestradas é brasileira dentre os 134 reféns e lamentou que o Hamas usa a sua própria população como escudo humano na Faixa de Gaza.
Missão
A missão internacional do governador termina amanhã com visita técnica em indústrias aeroespaciais e startups das áreas de mobilidade e acessibilidade, além dos ministérios da Defesa e Relações Exteriores. Ainda está na agenda do governador encontros com parentes dos reféns do Hamas.
Goiano se encontrou com presidente de Israel
Depois da audiência com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Ronaldo Caiado gravou vídeo em que resumiu o encontro. O goiano agradeceu o primeiro-ministro. Por sua vez, Netanyahu disse que ficou bastante feliz com a presença da comitiva brasileira: “Ele deixou claro a sua amizade pelo Brasil”.
O governador disse que Israel não atua por vingança, mas para salvar os israelenses em poder do Hamas. “A meta de Israel é libertar todos os que foram sequestrados para que possa, aí sim, ter o momento de pacificação”.
Ontem, Caiado também se encontrou com o presidente Isaac Herzog, que agradeceu a “demonstração de solidariedade” do povo brasileiro. “Amamos o povo brasileiro, e sabemos que ele nos ama também. Juntos, temos de construir a base para um mundo melhor”, disse Herzog. O líder defendeu o ponto de vista de Israel: “Não estamos atacando o povo palestino. Estamos numa guerra contra o Hamas. Somos uma nação que ama a paz.”
Museu
Caiado visitou também o Museu do Holocausto, em Jerusalém, onde deixou uma coroa de flores em homenagem às vítimas de Adolf Hitler. “É muito forte, não é fácil. Você sai de lá até ansioso com tudo que assiste. São cenas pesadíssimas. Eles deram conta de reproduzir a maneira com que os judeus foram tratados na Segunda Guerra e também fizeram uma réplica dos campos de concentração. Foram mais de seis milhões de judeus assassinados no Holocausto”, contou Caiado para a imprensa.
No Hall da Memória, onde a Chama Eterna recorda os mortos do Holocausto, Caiado teve seu momento reflexivo sobre o assassinato dos judeus durante o nazismo. Ao final, disse que a experiência é tocante e incomensurável experiência humana.