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OPINIÃO

GPS profissional

Maria Tereza Figueiredo ,Especial para Opinião Pública

O conceito de trabalho faz parte da vida do ser humano desde o início das sociedades, mas a questão da escolha é relativamente recente. Por muitos séculos, a ocupação profissional do indivíduo era determinada pelo clã, pelas castas ou pela família a que pertencia. Nesse caso, os ofícios eram herdados. A história nos conta, no entanto, que os trabalhadores, que antes faziam as mesmas tarefas, começaram a se especializar surgindo a divisão de trabalho como forma de melhor aproveitar as energias e desenvolver as forças produtivas da comunidade.

No final do Século XIX, o desenvolvimento industrial e do comércio levou a novas formas de trabalho e ofícios. O homem passou a ter necessidade de escolha entre diversas alternativas ocupacionais oferecidas pela nova realidade socioeconômica e, consequentemente, ser orientado para essa decisão. Surgiu, assim, a Psicologia Vocacional, em 1902, na cidade de Munique, na Alemanha, ganhando espaço no Brasil a partir da década de 1950 em diante.

Atualmente, no entanto, os conceitos de ofício e trabalho passaram por readequações. Com a globalização da economia, temos exigências crescentes no mundo profissional, frente às quais são necessárias posturas flexíveis que respondam às demandas do mercado de trabalho. Mas se situar nesse trânsito de profissões não é de todo fácil. O ritmo das mudanças pede ao indivíduo uma postura ativa, de participante da realidade, capaz de se posicionar e de exercer escolhas constantemente. E aí, um processo de orientação vocacional  e profissional adaptado a essa nova realidade, que vise a tomada de consciência e decisão do momento de escolha, tem muito a contribuir na formação de pessoas capazes de constantemente se adaptarem a mudanças e de se posicionarem à frente de uma realidade que se apresenta.

Tendo em vista a necessidade de reconhecimento de si como sujeito de escolha – posição ideal de um ser humano adulto – foram criadas metodologias funcionando como um GPS profissional, oferecendo condições para que as pessoas identifiquem sua posição atual, adquiram clareza e venham assumir a posição de sujeitos, e ainda, tornem-se aptos a perceber as possibilidades que a sociedade lhes oferece.

A vocação não é inata, mas, adquirida, elaborada ao longo da vida; assim, deve-se favorecer à pessoa que pesquise, investigue acerca de suas motivações, valores, anseios, potencialidades. O orientador não decide pelo indivíduo, mas, sim, auxilia-o na hora da decisão; ele é, na verdade, o facilitador no processo de escolha profissional. É um trabalho de levar o indivíduo a se conhecer, conhecer a realidade e a tomar decisões que considerem suas próprias determinações. Só assim, poderá se situar no espaço da sociedade organizada e permitir o florescimento de suas habilidades. E isso promove no indivíduo um momento de reflexão sobre seus interesses, aptidões, valores e suas características pessoais, levando a uma reflexão acerca de seu projeto de vida, de forma autêntica, livre e atualizada, empreendedora, rumo a uma vida feliz e realizada.

(Maria Tereza Figueiredo Costa, psicóloga e responsável por trazer a metodologia GPS profissional a Goiânia. O curso acontece nos dias 13 e 14 de março, em Goiânia, na Clinap)

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