Líderes da Organização Mundial da Saúde (OMS), da UNESCO, e do Unicef, comunicaram, nesta terça-feira (15), sobre os prejuízos com o fechamento prolongado de escolas durante a pandemia de covid-19.
Na segunda (14), as entidades lançaram, em parceria, um guia (em inglês), com diretrizes de saúde pública para escolas, para evitar a propagação do vírus nesses locais.
Para o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a decisão de fechar escolas deve ser feita de forma temporária e como "último recurso", e apenas onde há transmissão intensa da doença.
"Dadas as consequências devastadoras em crianças, jovens e na nossa sociedade como um todo, a decisão de fechar escolas deve ser o último recurso, temporário, e apenas a nível local, em áreas com intensa transmissão", pontuou Tedros.
Tedros destacou que, com as escolas fechadas, a educação dos alunos precisa ser garantida por aprendizado remoto. "Manter as crianças seguras e na escola não é um trabalho só para as escolas, os governos ou as famílias. É um trabalho para todos nós", continuou o diretor geral.
Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, também reforçou a responsabilidade coletiva na tentativa de conter a disseminação do vírus. "Nós estabelecemos, globalmente, que queremos proteger as pessoas mais velhas e vulneráveis, que correm alto risco de vida se contraírem a doença. A segunda coisa em que vemos consenso é que as escolas são importantes e que a educação de nossas crianças é algo que vemos acima de tudo. Como mantermos esses dois princípios, proteger os vulneráveis da morte e levar as nossas crianças de volta à escola"? perguntou Ryan.
"O único jeito de fazer isso é que os adultos se afastem o suficiente para diminuir a transmissão. Então, o que é mais importante, as nossas crianças de volta à escola ou bares e clubes noturnos abertos"? questionou o diretor de emergências.
Segundo Ryan," temos que manter a pressão sobre o vírus, reduzir a transmissão comunitária e diminuir o risco para pessoas mais velhas e vulneráveis [além de] manter um ambiente em que nossas crianças possam continuar indo à escola".
Segundo o site G1, nenhum dos líderes das entidades fez recomendações sobre quando cada país deveria determinar a reabertura das escolas.
"Se aceitarmos que estamos todos nesse processo de aprendizado, então bpodemos olhar para países individuais e a nível subnacional. Países diferentes estão em estágio diferentes de conseguir aprendizado remoto", observou. No Brasil, a maioria das escolas continuam fechadas.