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Casos de ameba comedora de cérebro acendem alerta

Agentes de saúde dos Estados Unidos se preocuparam com amostras de água com presença da ameba conhecida por "comer cérebro". No ano passado, moradores de oito cidades do Texas foram alertados após a ameba ser encontrada no abastecimento de água.

O protozoário chamado Naegleria fowleri é uma ameba de vida livre que pode ser encontrada em águas contaminadas, que entra no corpo através do nariz ao nadar em lagos ou piscinas quentes e estagnadas, causando uma doença séria, conhecida como meningite amebiana microbiana (MAP).

Os sintomas incluem dores de cabeça, febre, náusea e vômito, progredindo para rigidez no pescoço, confusão mental, perda de equilíbrio, alucinações e convulsões.

Apesar do alerta e do alto risco de morte, as infecções são raras. De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), entre 1962 e 2018 foram registrados 145 casos, com apenas duas sobreviventes.

A doença é extremamente letal devido à dificuldade do diagnóstico, que é feito após uma análise do líquido que lubrifica o sistema nervoso central, o líquor. 75% dos casos registrados nos Estados Unidos foram confirmados após a morte dos pacientes.

Criança morreu recentemente devido à doença

Foto: Reprodução/Redes Sociais

David Pruitt, de apenas 7 anos, morreu no início deste mês após sofrer uma infecção por ameba comedora de cérebro. O garoto se contaminou enquanto brincava em um lago no condado de Tehama, no norte da Califórnia.

Após apresentar sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos e febre, David foi levado ao Pronto Socorro no dia 30 de julho, e logo foi encaminhado ao UC Davis Medical Center, onde iniciou o tratamento com o suporte de aparelhos e medicações.

Segundo os pais do menino, a doença causou um grande inchaço cerebral nele, que logo veio a óbito.

No Brasil

Segundo o parasitologista Danilo Ciccone Miguel, já foram constatados ao menos cinco casos de infecção por amebas de vida livre no país, mas apenas um desses casos foi de Naegleria fowleri, que matou o indivíduo. Contudo, o caso ainda é contraditório.

“Essa questão é bastante complexa porque os achados, que datam de uma publicação científica de 1985, afirmam que havia um total de 5 casos de meningoencefalite amebiana primária detectados no Brasil (2 em São Paulo, 2 no Ceará e um no Rio de Janeiro). Porém, para apenas um deles foi confirmada a presença de Naegleria fowleri no cérebro do paciente, depois que ele faleceu”, explica Danilo. 

Em 2009, um bezerro morreu por meningoencefalite causada pela ameba comedora de cérebro no estado da Paraíba.

Prevenção

Esse tipo de ameba é resistente a altas temperaturas de até 45ºC e vive em águas quentes. Para se prevenir, deve-se evitar entrar em lagos ou lugares com água parada, contudo, se for fazer, o ideal é proteger o nariz para evitar que o protozário entre no organismo. Especialistas reiteram que a doença não é transmitida de uma pessoa para outra.

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