O concurso de beleza Miss França está sendo processado por discriminar candidatas, após julga-las as aparências físicas. O caso ganhou repercussão depois que três ex-concorrentes se juntaram ao grupo feminista Osez le Feminisme (Ouse ser uma feminista) para processar os donos do Miss França, assim como a Endemol, empresa que exibe o concurso no canal TF1, na França.
Segundo as candidatas, para concorrer ao prêmio de mulher mais bonita da França, precisam ser solteiras, ter mais de 1,70 metro de altura, não podem nunca ter se casado ou tido filhos. Elas são obrigadas a não engordar durante a competição e não podem mudar o penteado. Além disso, as candidatas também não podem ter tatuagens ou piercings, nem usar mechas ou extensões de cabelo, e também não podem fumar.
De acordo com os termos e condições do Miss França, o concurso também pede o tamanho da roupa da candidata e solicita que elas que não sofram grandes mudanças físicas após serem aceitas na competição. O não cumprimento dessa regra pode resultar na multa de 5.000 euros (R$ 32,4 mil) para a concorrente.
Segundo a legislação trabalhista da França, as empresas estão proibidas de discriminar pessoas com base em “moral, idade, situação familiar ou aparência física”. Alyssa Ahrabare, chefe da Osez le féminisme, escreveu nas redes sociais que a Miss França atualmente “alimenta estereótipos que impedem a igualdade”.
“As regras do concurso são discriminatórias: estado civil, idade, atitudes, escolhas de mulheres, tudo está sujeito a liminares de outra época! As candidatas devem ser solteiras e respeitar as regras da ‘elegância’, pare com essas regras sexistas!”, adicionou.