Neste domingo, 28, o papa Francisco elogia a humildade de um dos poucos papas da história a renunciar voluntariamente em vez de governar por toda a vida. O elogio foi feito ao papa Celestino V, que renunciou ao pontificado em 1294 depois de apenas cinco meses com a intenção de voltar à vida eremita, estabelecendo uma prerrogativa papal.
O papa emérito Bento XVI, que em 2013 se tornou o primeiro pontífice em cerca de 600 anos a renunciar voluntariamente, visitou L'Aquila quatro anos antes de deixar o cargo. No passado, Francisco também elogiou a coragem de Bento XVI.
Quando o Vaticano anunciou em junho a viagem de Francisco a L'Aquila, para inaugurar uma "festa do perdão" anual, alimentou a especulação de que uma conjunção de eventos, incluindo a posse de novos cardeais no sábado e reuniões a partir de segunda-feira sobre a nova constituição do Vaticano - poderia prenunciar um anúncio de demissão.
Mas, em uma entrevista à Reuters no mês passado, Francisco, de 85 anos, riu da ideia, dizendo que "nunca me passou pela cabeça", deixando aberta a possibilidade de que ele possa deixar o cargo por motivos de saúde em um futuro distante.
Em uma homilia para milhares de pessoas, Francisco afirmou que “aos olhos dos homens, os humildes são vistos como fracos e perdedores, mas, na realidade, são os verdadeiros vencedores, porque são os únicos que confiam completamente no Senhor e conhecem a sua vontade.”
Na ocasião, o papa também destacou que em "A Divina Comédia", Dante Alighieri condenou Celestino V pelo seu ato, no que o poeta medieval chamou de "A Grande Recusa". Mas Francisco, que rezou em silêncio diante do túmulo de Celestino, disse que ao abrir mão do poder, Celestino mostrou a força que vem da humildade.
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