Nesta segunda-feira (18), agricultores de diversas regiões da França protestaram contra o acordo comercial UE-Mercosul, que visa facilitar a troca de produtos entre os blocos europeu e sul-americano. Segundo os manifestantes, o pacto ameaça a agricultura francesa ao permitir a importação de produtos agrícolas da América do Sul com normas ambientais menos rigorosas.
Protestos ocorreram em várias partes do país. Na região de Vélizy-Villacoublay, tratores bloquearam a autoestrada N118, enquanto na Auvergne-Rhône-Alpes, ações foram programadas para a tarde. Em Lyon, agricultores removeram sinais de trânsito em protesto e convidaram deputados locais para discutir o tema.
Os agricultores argumentam que o acordo criaria concorrência desleal com grandes explorações agrícolas sul-americanas, cujos custos de produção são mais baixos devido à menor regulamentação ambiental e sanitária. Eles exigem "cláusulas-espelho" que obrigariam produtos importados a seguir os mesmos padrões aplicados na França.
O presidente francês Emmanuel Macron criticou o acordo e, durante um encontro com o presidente argentino Javier Milei, reafirmou sua posição contrária, declarando: “França não vai assinar este tratado do Mercosul tal como está”. No entanto, temem-se acordos parciais devido à falta de poder de veto da França.
O acordo UE-Mercosul, firmado em 2019, visa eliminar gradualmente barreiras comerciais entre os blocos, mas enfrenta forte resistência, especialmente de países europeus preocupados com as consequências para seus agricultores.