O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, fez um alerta contundente durante a cúpula de segurança Shangri-La Dialogue, em Cingapura, afirmando que uma guerra por Taiwan seria "devastadora" e teria consequências imprevisíveis para a economia global. Austin criticou a China em sua declaração, mostrando o apoio dos EUA à democracia da ilha.
Durante o evento, que reuniu representantes de diversos países, incluindo a China, Austin ressaltou que o conflito não é iminente nem inevitável, destacando a importância da dissuasão para manter a estabilidade. Ele afirmou que o mundo inteiro tem interesse na paz e na estabilidade do Estreito de Taiwan, pois a segurança das rotas marítimas comerciais e das cadeias de abastecimento globais depende disso. Austin enfatizou que um conflito na região seria devastador.
O Partido Comunista da China reivindica Taiwan como parte de seu território, mesmo nunca tendo exercido controle sobre a ilha. Os exercícios militares cada vez mais frequentes da China ao redor de Taiwan têm levantado preocupações sobre até que ponto ela está disposta a ir para reafirmar essa reivindicação. O líder chinês, Xi Jinping, não descartou o uso da força nessa questão.
Logo após o discurso de Austin, o tenente-general do Exército de Libertação do Povo Chinês, Jing Jianfeng, declarou à emissora estatal chinesa CCTV que os comentários do secretário de defesa dos EUA sobre Taiwan estavam "completamente errados". Jing acusou os EUA de tentarem consolidar a hegemonia e provocar confrontos, argumentando que essas ações prejudicam a paz e a estabilidade regional.
No mesmo dia, navios de guerra americanos e canadenses navegaram pelo Estreito de Taiwan, conforme anunciado por um porta-voz da Marinha dos EUA. A Marinha destacou que essa é uma ação rotineira, realizada em conformidade com o direito internacional.
Os comentários de Austin ocorrem em um momento de tensão nas relações entre os EUA e a China, após a China rejeitar uma oferta de Austin para se reunir na cúpula em Cingapura devido a sanções impostas pelos EUA a autoridades e empresas chinesas. Austin expressou preocupação com a falta de comunicação e diálogo entre os dois países, enfatizando a necessidade de um compromisso sério.
Ao longo de seu discurso, Austin ressaltou a importância das parcerias entre os EUA e seus aliados na região do Indo-Pacífico, destacando a cooperação para fortalecer a estabilidade e a resiliência. Ele também criticou as interceptações arriscadas de aeronaves americanas e aliadas pela China, afirmando que os EUA apoiriam seus aliados e parceiros contra qualquer forma de coerção e intimidação.