O Ministério das Relações Exteriores da Rússia sofreu um ataque cibernético na manhã desta quarta (23), o principal dia da cúpula dos Brics, que está sendo realizada na cidade de Kazan, cerca de 800 km a leste de Moscou.
"O ataque foi sem precedentes em sua escala", disse a porta-voz da chancelaria, Maria Zakharova. Ela afirmou que a origem da ação foi no exterior, e envolveu distribuição maciça de ataques DDoS (sigla inglesa para negação de acesso).
Segundo Zakharova, o foco foi o website do ministério, que até o fim da tarde ainda apresentava instabilidade forte. Ela não disse de qual país veio o ataque, embora o bom senso aponte para a Ucrânia, que está em guerra com a Rússia desde a invasão de 2022.
Em Kazan, a segurança segue estrita. Mais ruas da região central estão fechadas, agora que todos os chefes de Estado e de governo da cúpula, com a exceção do acidentado Lula (PT), estão na cidade. Além deles, há líderes de diversos dos 27 outros países que têm representante no evento.
O policiamento, como se fosse possível, foi reforçado ainda mais. Em torno da estação de trem principal da cidade, havia soldados armados com fuzil nesta manhã, além de dezenas de policiais.
Além de ameaças terroristas, uma constante na história da Rússia no século 21, Kiev já provocou o fechamento do aeroporto da cidade ao atacá-la com drones. Com 30 jatos de autoridades estrangeiras, nas contas da mídia local, parados no local, seria um alvo tentador para constranger Putin —ainda que a lógica fosse desaconselhar alvejar eventuais apoiadores seus.