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Evo Morales apresenta novo partido para concorrer à presidência em 2025

Justiça bloqueia candidatura de Evo, mas ex-presidente insiste em voltar ao poder

Imagem ilustrativa da imagem Evo Morales apresenta novo partido para concorrer à presidência em 2025

O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou sua intenção de voltar à Presidência e, para isso, pretende lançar um novo partido político de esquerda. O anúncio ocorre após o rompimento com o Movimento ao Socialismo (MAS), partido no qual construiu a maior parte de sua trajetória política. O afastamento de Morales se deu devido à rivalidade com o atual presidente, Luis Arce.

O ex-presidente planeja apresentar oficialmente a nova legenda neste fim de semana, na cidade de Chapare, localizada no departamento de Cochabamba, reduto político de Morales. O evento contará com a participação de seus apoiadores, que decidirão, em conjunto com o ex-presidente, o nome e a sigla do novo partido. A informação foi confirmada por Vicente Choque, líder camponês próximo a Morales.

Para que o novo partido seja reconhecido legalmente, será necessário um processo longo, que inclui o registro de pelo menos 109,5 mil apoiadores. No mês passado, Morales anunciou sua candidatura às eleições presidenciais pelo Frente para a Vitória (FPV), mas a Justiça boliviana bloqueou sua candidatura, alegando que ele já havia cumprido os dois mandatos previstos pela Constituição. Apesar dessa decisão, Morales segue determinado a fazer campanha e busca alternativas para burlar a proibição dos tribunais. As eleições presidenciais na Bolívia estão previstas para agosto deste ano.

Evo Morales foi um dos políticos mais influentes da história recente da Bolívia, governando o país entre 2006 e 2019. Em 2019, ele se declarou vitorioso para um quarto mandato, mas enfrentou forte contestação da oposição, que acusou fraude nas eleições. Diante disso, Morales renunciou à Presidência e se exilou no México. O governo interino foi assumido por Jeanine Áñez, que, dois anos depois, foi presa e condenada a dez anos de prisão por envolvimento na organização de um golpe de Estado.

Após deixar o cargo, Morales apoiou a eleição de seu ex-ministro Luis Arce, mas os dois romperam devido a disputas dentro do MAS. Em fevereiro deste ano, Morales renunciou ao partido que havia liderado por 26 anos e atualmente está abrigado em Chapare.

Em janeiro de 2025, um tribunal boliviano determinou a prisão de Morales por um caso envolvendo acusação de estupro e tráfico de uma adolescente. O caso ganhou notoriedade em outubro de 2024, quando o governo de Arce confirmou a investigação contra o ex-presidente. De acordo com a denúncia, Morales teria estuprado uma jovem de 15 anos em 2015, com o consentimento dos pais da vítima, que, segundo a acusação, buscavam benefícios do governo à época, quando ele estava no poder.

O Ministério Público boliviano investiga ainda o crime de tráfico de pessoas, que pode resultar em uma pena de 10 a 15 anos de prisão para Morales. Segundo a defesa do ex-presidente, a acusação de estupro foi arquivada em 2020.

O relacionamento entre Morales e Arce deteriorou-se ainda mais após a tentativa de golpe militar ocorrida em junho de 2024. O general Juan José Zúñiga, que havia sido removido do cargo por Arce um dia antes do episódio, cercou o palácio presidencial com tanques. Zúñiga se manifestou contra o retorno de Morales ao poder e foi preso após a distensão da crise. Ele afirmou que agiu a mando de Arce, o que foi negado pelo presidente. Morales, por sua vez, acredita que a ação do general tenha sido uma tentativa de autogolpe de Arce para evitar seu retorno à Presidência.

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