Nesta quarta-feira (23), a Índia entrou para a história espacial ao realizar o pouso bem-sucedido da sonda Chandrayaan-3 no polo sul da Lua. Essa região é considerada uma potencial fonte de água e oxigênio.
Essa é a segunda tentativa da Índia em quatro anos e representa um marco para o país mais populoso do mundo.
O foguete pousou na Lua pouco depois das 18h no horário da Índia (9h30 de Brasília), próximo ao pouco explorado polo sul lunar. Essa é a primeira vez que um programa espacial realiza um pouso controlado nessa região.
Essa nova tentativa de sucesso surge quatro anos após um fracasso, quando a equipe perdeu contato com a sonda pouco antes de sua chegada à Lua.
"Esta missão representa, antes de tudo, a chance de lavar a alma após a humilhação de 2019, quando a aterrissagem falhou por perda de comunicação", declarou Christophe Jaffrélot, autor do livro 'L'Inde de Modi' e diretor de pesquisa na universidade francesa Science Po, em entrevista à RFI.
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O programa espacial indiano possui um orçamento relativamente modesto, mas que tem sido significativamente aumentado desde a primeira tentativa de orbitar a Lua em 2008. Essa missão indiana teve um custo de US$ 74,6 milhões (cerca de 370 milhões de reais), muito inferior ao de outros países, e envolveu uma engenharia espacial comedida.
De acordo com especialistas da indústria, a Índia consegue manter os custos baixos ao replicar e adaptar a tecnologia espacial existente para seus próprios fins, contando com uma abundância de engenheiros altamente qualificados que recebem salários menores do que profissionais estrangeiros.
O ex-chefe espacial da Índia, Kailasavadivoo Sivan, afirma que os esforços da Índia para explorar o polo sul lunar representam uma contribuição "muito, muito importante" para o conhecimento científico.
A Índia é o primeiro país asiático a colocar um satélite em órbita de Marte, em 2014, e possui planos de lançar uma missão tripulada de três dias na órbita da Terra no próximo ano.
Desenvolvida pela Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), a Chandrayaan-3 inclui um módulo de pouso chamado Vikram e um robô móvel chamado Pragyan para explorar a superfície lunar.
A sonda Chandrayaan-3, lançada há seis semanas, levou mais tempo para chegar à Lua do que as missões tripuladas Apollo dos EUA nas décadas de 1960 e 1970, que chegaram lá em poucos dias.
O sucesso desse pouso representa um avanço significativo para a Índia no campo da exploração espacial e coloca o país ao lado da Rússia, Estados Unidos e China como os únicos a realizar pousos controlados na superfície lunar. A Índia continua a demonstrar seu compromisso com a exploração espacial e busca se posicionar como uma potência emergente nesse campo.