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Número de jornalistas mortos em 2023 é o dobro de 2021, aponta Federação Internacional de Jornalistas

Conflito entre Israel e Hamas deixa 68 profissionais da mídia mortos na Faixa de Gaza; Ucrânia também segue como local perigoso para reportagens

Crédito da Imagem: Shutterstock Crédito da Imagem: Shutterstock

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou nesta sexta-feira (8) um relatório alarmante sobre a situação dos profissionais de mídia em todo o mundo. Segundo a organização, 94 jornalistas foram mortos até agora em 2023, principalmente devido à guerra entre Israel e o grupo islâmico palestiniano Hamas, que teve início em outubro.

Esse número supera os 67 registrados no mesmo período de 2022, incluindo 12 na guerra Ucrânia-Rússia, e é o dobro do total de 47 registrado em todo o ano de 2021.

A FIJ expressou profunda preocupação com a escalada da violência contra os jornalistas e apelou por uma melhor proteção dos profissionais de mídia, bem como pela responsabilização dos agressores. A organização também denunciou a detenção arbitrária de 393 jornalistas em vários países, especialmente na China e em Hong Kong.

A guerra entre Israel e o grupo islâmico palestiniano Hamas, que teve início em 7 de outubro, é a principal causa das mortes de jornalistas em 2023, resultando em uma média de mais de um por dia, conforme a FIJ. Esse número representa 72% de todas as mortes ocorridas nos meios de comunicação social em todo o mundo este ano.

A maioria esmagadora dos jornalistas mortos eram palestinianos na Faixa de Gaza, onde as forças israelenses continuam a ofensiva iniciada após o ataque do Hamas a Israel no início de outubro.

As fatalidades em Gaza ocorreram em uma “escala e ritmo de perda de vidas de profissionais da comunicação social sem precedentes”, destacou a FIJ. A organização acusou Israel de violar o direito internacional humanitário e de atacar deliberadamente os jornalistas e as instalações de mídia.

A FIJ também condenou o Hamas por usar os jornalistas como escudos humanos e por restringir a liberdade de imprensa na Faixa de Gaza.

A Ucrânia permanece “um país perigoso para os jornalistas”, mesmo quase dois anos após a invasão russa. Desde o início do ano, a FIJ registrou a morte de três repórteres ou profissionais de mídia na guerra entre Rússia e Ucrânia. A organização, sediada em Bruxelas, também expressou pesar pelas mortes de jornalistas no Afeganistão, nas Filipinas, na Índia, na China e no Bangladesh.

A FIJ observou uma redução no número de jornalistas mortos na América do Norte e do Sul, passando de 29 no ano anterior para sete até agora em 2023. O grupo informou que três mexicanos, um paraguaio, um guatemalteco, um colombiano e um norte-americano morreram enquanto investigavam grupos armados ou casos de desvio de fundos públicos. Na África, a FIJ expressou consternação por “quatro assassinatos particularmente chocantes”, incluindo dois nos Camarões, um no Sudão e outro no Lesoto, que até o momento não foram totalmente investigados.

A organização também relatou que 393 profissionais de mídia foram detidos até o momento neste ano, com destaque para 80 casos na China e em Hong Kong. Outros países mencionados incluem Myanmar (54 detenções), Turquia (41), Rússia e Crimeia ocupada (40), Bielorrússia (35) e Egito (23).

A FIJ afirmou que as detenções são uma forma de intimidação e censura, que violam o direito à liberdade de expressão e de informação. A organização pediu a libertação imediata e incondicional de todos os jornalistas presos e o fim da repressão aos meios de comunicação social.

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