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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, entregou a Medalha Presidencial da Liberdade com Distinção ao Papa Francisco. A honraria, a maior condecoração civil dos EUA, foi anunciada pela Casa Branca em comunicado oficial.
Esta foi a primeira vez em seu mandato que Biden concedeu a medalha com distinção. O democrata, que deixa o cargo em 20 de janeiro, quando o republicano Donald Trump assume a presidência, cancelou uma viagem programada a Roma devido à necessidade de supervisionar a resposta federal aos incêndios florestais na Califórnia. A mudança de planos impossibilitou um encontro presencial com o pontífice.
Biden, um católico devoto que já se encontrou com o Papa Francisco em diversas ocasiões, expressou seu desapontamento por não poder visitar a capital italiana. “Senti que era mais importante permanecer em Washington”, declarou.
A Medalha Presidencial da Liberdade é atribuída a pessoas que realizam contribuições exemplares para a prosperidade, os valores ou a segurança dos Estados Unidos, bem como para a paz mundial ou outras áreas de relevância social, pública ou privada.
Em sua declaração oficial, Biden elogiou a trajetória do pontífice. “Um pastor amoroso, ele responde alegremente às perguntas das crianças sobre Deus. Um professor desafiador, ele nos comanda a lutar pela paz e proteger o planeta”, afirmou. Biden destacou ainda que o Papa Francisco, como o primeiro pontífice do hemisfério Sul, representa “uma luz de fé, esperança e amor que brilha intensamente em todo o mundo”.
Especialistas apontam os desafios enfrentados tanto por Biden quanto por Francisco em seus respectivos papéis. “É realmente difícil subestimar o quão trágico é este momento para ambos os homens de maneiras diferentes. Porque o que poderia dar errado deu errado nesses poucos anos”, disse Massimo Faggioli, acadêmico italiano e professor da Universidade Villanova.
O Papa Francisco tem se posicionado de forma incisiva sobre questões globais, como o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia e a campanha militar de Israel contra o grupo Hamas, ambas ainda em andamento. Desde que assumiu o papado em 2013, Francisco busca modernizar a Igreja Católica, enfrentando críticas de setores mais conservadores por sua postura progressista.
Biden, por sua vez, também lida com tensões na Igreja Católica devido a seu apoio aos direitos ao aborto, que diverge da doutrina oficial. Em 2021, o presidente americano afirmou que recebeu apoio do pontífice em relação às críticas de bispos nos EUA sobre o tema.
