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O Papa Francisco deixará o hospital Gemelli, em Roma, neste domingo (23), após permanecer internado por 38 dias para tratar uma pneumonia dupla. A informação foi confirmada, neste sábado (22), pela equipe médica responsável pelo tratamento do pontífice.
Aos 88 anos, Francisco retornará à sua residência no Vaticano, mas continuará sob acompanhamento médico e precisará manter repouso por dois meses. Segundo os médicos, a alta hospitalar será "protegida", com restrições a esforços físicos e contatos frequentes com grandes grupos para evitar exposição a novos vírus.
Recuperação gradual e restrições médicas
O pontífice será submetido a tratamentos de fisioterapia respiratória e exercícios de fala, já que sua voz foi afetada pelo uso prolongado de oxigênio de alto fluxo por equipamentos não invasivos. De acordo com a equipe médica, a recuperação da voz ocorrerá de forma progressiva, mas sem um prazo definido.
O chefe da equipe médica, Sérgio Alfieri, diretor do hospital Gemelli, afirmou que o papa poderá retomar suas atividades de maneira gradual, mas precisará adotar "um estilo de vida mais calmo".
"O Santo Padre está melhorando, portanto esperamos que muito em breve ele possa retornar às atividades normais", declarou Alfieri.
Expectativa para a alta
Na entrevista coletiva, Alfieri revelou que Francisco está "muito contente" com a alta hospitalar e que se mostrou um "paciente exemplar" ao seguir as orientações médicas.
"Ele ficou muito contente. Há uns três, quatro dias, ele estava perguntando: 'Quando vou para casa?'", relataram os médicos. "O papa foi um paciente exemplar. Ouviu nossas sugestões. Então, nós concordamos (com a alta) quando achamos que era o momento certo", completaram.
Apesar da boa evolução, a equipe relatou que o papa enfrentou momentos de dificuldade ao longo da internação, especialmente quando seu estado de saúde se agravou. No entanto, ressaltaram que ele manteve o bom humor na maior parte do tempo.
Saudação aos fiéis antes da alta
O Vaticano confirmou que Francisco fará, no domingo, uma "breve saudação" aos fiéis do hospital antes de sua partida para o Vaticano. A possibilidade de uma aparição na tradicional janela da Praça de São Pedro dependerá de seu estado de saúde.
Internação mais longa de um pontífice
O período de 38 dias de internação de Francisco é o mais longo já registrado para um pontífice na história do Vaticano. Essa também é considerada a fase mais crítica de seu pontificado de 12 anos, durante o qual o papa já enfrentou vários problemas de saúde, incluindo dificuldades respiratórias, dores no joelho devido à osteoartrite e limitações de locomoção.
Nas semanas que antecederam a internação, Francisco já apresentava dificuldades para respirar, chegando a ser impedido de ler sermões em alguns momentos. Durante a hospitalização, seu estado piorou, e ele necessitou de oxigênio para auxiliar a respiração.
Na última sexta-feira (21), o Vaticano informou que o papa precisará "reaprender a falar" devido ao uso prolongado do oxigênio de alto fluxo.
Mensagem aos fiéis
Neste sábado, o Vaticano divulgou uma mensagem escrita pelo papa destinada aos fiéis que realizam peregrinações para o Ano Jubilar da Igreja Católica.
Na mensagem, Francisco destacou a importância das peregrinações para a união da comunidade cristã. "As peregrinações expressam a unidade que os une como uma comunidade em torno de seus pastores e do bispo de Roma", escreveu o pontífice.
