Frio intenso no inverno, verões escaldantes, chuvas fortes em uma região e estiagem em outra. Seria a descrição do clima de diferentes países ao redor do globo, mas não, este é o atual clima do Brasil, que tem se mostrado bastante instável nos últimos anos.
Há tempos que se discute a questão climática no Brasil, mas os efeitos da ação do homem na natureza estão sendo sentidas com bastante intensidade de alguns anos até o momento. O Rio Grande do Sul, que costuma registrar chuva o ano inteiro, por exemplo, registrou a pior estiagem dos últimos 70 anos, prejudicando agricultores e a distribuição de água na torneira de seus habitantes.
Já no Nordeste, região onde a seca é mais predominante, sofreu com chuvas intensas nos últimos meses, o sul da Bahia e o norte de Minas Gerais registraram chuvas sem precedentes e que deixaram um grande prejuízo. A cidade baiana de Itamaraju foi a mais chuvosa do país em dezembro de 2021, com um acumulado de 769,8 mm, o quíntuplo da climatologia do mês, que é de 148,0 mm.
Estes exemplos foram provocados pelo fenômeno La Niña, esfriando as águas do Oceano Pacífico. E como as águas do Atlântico também estão frias e o Atlântico Equatorial quente, a entrada de frente fria no Sul é bloqueada. Já o Nordeste fica sujeito às chuvas, e além do La Niña, a depressão tropical e atividade humana interferem no clima.
Goiás
Goiás também é vulnerável às mudanças climáticas, e como muitos têm percebido, a estiagem tem se apresentado cada vez pior, enquanto os acumulados de chuva apresentam certa diminuição.
O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCTI), Lincoln Alves, explica que, com base em dados climáticos de 1980 a 2018, Goiás experimenta um aumento de temperatura acima de 0,5ºC. “Na região de Goiás, essa taxa de aumento da temperatura média atinge valores ainda mais elevados”, afirma.
Porém, a região Centro-Oeste como um todo apresenta esta mudança, projeções climáticas da Secretaria do Meio Ambiente do Distrito Federal que vários municípios goianos e Brasília apresentam tendência de redução da umidade relativa do ar, que passarão dos atuais 35% a 55% para 20% a 45% no final do século.
A ação do homem é, sem dúvida, um dos principais fatores que ameaçam o clima. A destruição de florestas tropicais, como a Amazônia, devido às queimadas para que haja introdução de pastagens, pode resultar em graves desequilíbrios nos ecossistemas. Além disso, há a emissão de poluentes nas grandes cidades, como Goiânia, onde o número de veículos ultrapassa o 1 milhão, deixando a cidade encoberta por uma nuvem de poluição prejudicial à saúde e ao meio ambiente.
É necessário estarmos alertas sobre nossas atitudes em relação ao meio ambiente, afinal, pequenas atitudes podem fazer diferença, e para que não haja más consequências no futuro, podemos adotar algumas medidas, como: uso consciente de água e energia, diminuição do uso de veículos, separar lixos orgânicos e recicláveis, não jogar lixo nas ruas, optar pelo uso de sacolas biodegradáveis e conscientizar o próximo, para que a soma de atitudes possa contribuir para um mundo melhor.