O Global Environment Facility (GEF), considerado o mais antigo e importante fundo de financiamento ambiental do mundo, realizará sua primeira reunião fora dos Estados Unidos em Brasília, na próxima semana. Durante o encontro, serão destinados cerca de US$ 1,4 bilhão (R$ 6,7 bilhões) para projetos ambientais em diversos setores.
O CEO e presidente do Conselho do GEF, Carlos Manuel Rodríguez, concedeu uma entrevista exclusiva à CNN, onde destacou que os recursos serão direcionados para ações contra as mudanças climáticas, proteção da biodiversidade, controle da poluição química e plástica, além da redução de resíduos em águas internacionais.
Este evento é de extrema importância, pois marca a primeira reunião do conselho realizada fora de Washington, sede do fundo, e o Brasil foi escolhido como palco dessa ocasião histórica, devido à sua relevância no setor ambiental.
O GEF engloba 185 países desde sua criação durante a Rio-92, a primeira Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992. Essa conferência foi precursora das COPs, as conferências mundiais sobre o clima, que ocorrem anualmente.
Além do ineditismo do local, a reunião deste ano também é marcada pelos valores destinados aos países beneficiários. O GEF tem um total de US$ 5,3 bilhões (R$ 25,3 bilhões) para distribuir ao longo de quatro anos, dos quais US$ 1,4 bilhão será destinado neste ano. É importante destacar que há a possibilidade de cofinanciamento dos projetos, o que pode gerar um aporte extra de até US$ 10 bilhões (R$ 47,8 bilhões).
No caso do Brasil, estima-se que o país receberá pelo menos US$ 90 milhões (R$ 430 milhões) do fundo, podendo chegar a até US$ 400 milhões (R$ 1,9 bilhão) com o cofinanciamento. Além disso, o Brasil também será beneficiado com cotas relacionadas a projetos regionais e globais que envolvem outras nações.
Um dos destaques da reunião será a aprovação formal do Fundo Global de Biodiversidade, recomendado durante a última Conferência sobre Biodiversidade (COP15) realizada em Montreal, Canadá. Este será o primeiro fundo global exclusivamente voltado para a proteção da biodiversidade, semelhante aos fundos destinados ao combate das mudanças climáticas. O GEF será responsável por administrar esse novo fundo.
Embora existam divergências entre os países membros sobre as regras a serem aplicadas ao novo fundo, Rodríguez demonstra otimismo em relação às discussões, destacando que o conselho do GEF possui histórico de consensos em comum acordo.
A reunião do GEF em Brasília representa um marco para o Brasil e para a preservação do meio ambiente, demonstrando o compromisso do país com a agenda ambiental global.