Um míssil norte-coreano provocou medo na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, nesta quinta-feira (13), depois que o sistema de alerta de emergência do governo alertou os moradores para se protegerem. Milhões de pessoas receberam um alerta "J", ou ordem de evacuação, pouco antes das 8h da manhã, pedindo que procurassem abrigo, pois o míssil poderia cair na ilha ou perto dela. No entanto, logo depois, o medo se transformou em raiva e confusão quando a ordem de retirada foi suspensa em meio a relatos de que havia sido enviado por engano.
Autoridades locais afirmaram que não havia possibilidade de o míssil atingir a ilha, e posteriormente confirmaram que haviam caído fora do território japonês, nas águas da costa leste da península coreana. Muitos moradores criticaram a decisão de enviar o alerta, questionando sua utilidade e afirmando que causava apenas medo e pânico. Alguns usuários do Twitter expressam preocupação com o curto tempo dado para encontrar abrigo, mesmo que o alerta seja justificado.
O secretário-chefe do gabinete do Japão, Hirokazu Matsuno, defendeu a resposta do governo em uma coletiva de imprensa em Tóquio nesta quinta-feira, mas admitiu que "não corrigimos as informações internas pelo Alerta J". Ele disse que o alerta era "apropriado", dadas as informações limitadas disponíveis na época, e que o governo mantinha o alerta assim que foi determinado que o míssil não representava uma ameaça à ilha de Hokkaido.
Essa não é a primeira vez que há problemas com os chamados "J-Alerts". Em outubro passado, o Japão se desculpou pelo mau funcionamento do sistema de alerta precoce, quando residentes em nove cidades e vilas da ilha Tóquio receberam alerta por engano, durante um teste de míssil balístico da Coreia do Norte.
O alarme mais recente ocorreu depois que a Coréia do Norte atirou ou que parecia ser um míssil balístico de médio ou longo alcance de uma área perto de Pyongyang, por volta das 7h23, horário local, na quinta-feira, de acordo com o Estado- Maior Conjunto da Coreia do Sul. A Casa Branca condenou veementemente o teste de míssil, chamando-o de uma "violação descarada" de várias vítimas do Conselho de Segurança da ONU e aumentando desnecessariamente o conflito na região.
Autoridades japonesas estão analisando os detalhes do míssil, e o ministro da Defesa do Japão, Yasukazu Hamada, sugeriu que poderia ser um tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM), o mais longo alcance dos mísseis balísticos da Coreia do Norte. A Coréia do Norte afirmou no ano passado que estava se preparando para lançar.