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OPINIÃO PÚBLICA

A importância de valorizar a agricultura familiar

Diferentemente das grandes propriedades, os empreendimentos familiares buscam equilibrar a produção com uma diversidade maior de culturas

Pode não ser do conhecimento de muita gente, mas quando se fala em Agricultura Familiar, estamos tratando de um dos grandes motores que sustentam a alimentação da maior parte dos lares brasileiros. De acordo com o último Censo Agrícola, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a agricultura familiar a responsável por 77% dos estabelecimentos agrícolas do Brasil, empregando 10 milhões de pessoas, o que corresponde a 67% da força de trabalho ocupada em atividades agropecuárias.
Já em Goiás, as propriedades dedicadas ao cultivo familiar somam 62,8% de todos os estabelecimentos agropecuários do Estado. Ao todo, 46,8% da mão de obra no campo estão empregadas no meio, que produz cerca de R$ 4 bilhões, valor que representa 10,5% do total produzido no Estado. A atividade de destaque é a bovinocultura de leite, que é responsável por 51% do leite consumido pelos goianos.
Infelizmente, muitos rebaixam a atividade a uma reles hortinha de fundo de quintal, sem levar em consideração, que, na verdade, além de prover alimento para a própria família, o agricultor familiar também contribui socialmente. Além disso, posso destacar como benefício da prática, a questão da alta diversidade produtiva. Diferentemente das grandes propriedades, os empreendimentos familiares buscam equilibrar a produção com uma diversidade maior de culturas.
Outro fator não menos importante é o controle da inflação. Afinal, são os pequenos produtores que abastecem o mercado interno. E quanto maior a disponibilidade de alimentos, menor será a inflação. Os dados do IBGE mostram que a Agricultura Familiar produz cerca de 70% do feijão, 34% do arroz, 87% da mandioca, 60% do leite, bem como 59% do rebanho suíno, 50% das aves e 30% dos bovinos.
O grande problema é que os incentivos para o setor são menores, em comparação com outros setores produtivos. E o resultado disso são alguns desafios que atrapalham e até impedem o trabalho do agricultor familiar. Duas das principais dificuldades são os custos de produção elevados e a necessidade de mão-de-obra. E é por isso que a inovação tem que chegar, também, ao pequeno produtor.
Uma Agricultura Familiar fortalecida promove ainda mais o desenvolvimento sustentável no Brasil. E ainda proporciona a diversificação da produção de alimentos, o que é fundamental para a boa nutrição humana e qualidade de vida. Além disso, garante tanto a segurança alimentar de comunidades brasileiras, quanto a soberania alimentar do povo.

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