O Cine Casablanca foi inaugurado em Goiânia, no final da década de 1950, era localizado na Rua 08, a Rua do Lazer, no Centro. A sua inauguração foi apoteótica e por muitos anos os homens só podiam assistir às sessões trajando paletó e gravata. Meu pai, Nolberto Alves ( Dete), trabalhou muitos anos no Cine Casablanca, como porteiro, caixa da bilheteria, cinegrafista e lanterninha, que era umas das profissões mais emblemáticas dos cinemas de antigamente, e, que atualmente, foi extinta, o lanterninha era aquele de de vez em quando andava pelo cinema com uma lanterna acesa para ver se as coisas estavam todos em ordens e se os casais de namorados estavam se comportando. Além das sessões noturnas existiam os matinês que eram os filmes exibidos nos períodos vespertinos e até os menores de idade podiam ter acesso. Os filmes campeões de bilheteria marcaram época e se eternizaram na memória dos frequentadores assíduos do Casablanca, tais como: "Ben Hur"; Assim Caminha a Humanidade"; "Os Brutos Também Amam"; "E o Vento Levou"; O Morro dos Ventos Uivantes", Os Dez Mandamentos e "Conde Drácula".
O Cine Santa Maria, localizado na Rua 24, no Centro de Goiânia, foi o primeiro cinema de Goiânia, era de propriedade do Senhor Alípio Ferreira Mendes, um português que veio para Goiânia, no início da construção da cidade. Entre as décadas de 1950 e 1960, pouquíssimas pessoas possuíam televisão em Goiânia, então, o cinema era uma das melhores atrações do goianiense que além de assistir filmes, escolhiam as portas dos cinemas para encontrar com os amigos e marcar encontros com os namorados. Próximo ao Cine Casablanca existiam outros locais que também eram bastante frequentados, como o Lanche Americano, O Armazém Record; Café Central; Restaurante Porta Aberta; Grande Hotel; Goiânia Palace Hotel. Com o passar dos anos o Casablanca entrou em declínio, passando a exibir por algum tempo filmes pornôs até o seu fechamento, dando lugar a um templo religioso.
Figuras ilustres da cultura goiana frequentavam o Casablanca, a exemplo, do jornalista Batista Custódio; Irapuan Costa Júnior; Hélio Mauro Humbelino Lobo e Pedro Ludovico Teixeira, fundador de Goiânia. Doutor Pedro, que nessa época, era Senador do República, gostava dos filmes de Cowboy, ele saía da sua casa, onde atualmente é o Museu Pedro Ludovico Teixeira, no Centro de Goiânia, a pé, geralmente acompanhado dos neto, Luiz Carlos Teixeira Bahia, sempre bem trajado, paletó de linho, gravata, sapatos engraxados e revólver na cintura. Quando chegava ao cinema, Pedro Ludovico se dirigia até a bilheteria para comprar o ingresso, mas a entrada lhe era franqueada, todavia, o ingresso do seu neto, Luis Teixeira, Dr. Pedro fazia questão de pagar. O Cine Capri; Cine Frida; Cine Ouro e Cine Astor, também fizeram parte de um tempo