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Vivemos em uma era que valoriza o superficial, onde o imediatismo e os prazeres efêmeros se sobrepõem a virtudes como honestidade, lealdade e caráter. A cultura atual premia resultados, independentemente dos meios utilizados, e normaliza atos corruptos, enquanto despreza opiniões divergentes. Essa mentalidade não apenas desvaloriza princípios éticos, como também alimenta uma sociedade que prioriza o sucesso a qualquer custo.
Na política, vemos discursos vazios de conteúdo, mas carregados de emoção, ganhando mais relevância do que propostas embasadas em dados e evidências. A empatia gerada por sentimentos manipulados muitas vezes ofusca a realidade, legitimando líderes que perpetuam mentiras e oportunismo. Precisamos, urgentemente, de líderes que combinem competência técnica com caráter, ética e moral, capazes de guiar a sociedade com integridade.
A busca por soluções fáceis para problemas complexos reflete uma sociedade impaciente e carente de referências positivas. A verdadeira mudança começa na educação e na formação de cidadãos comprometidos com valores que transcendam o individualismo e o hedonismo. O sucesso não deve ser medido apenas pelos resultados, mas também pelo caminho percorrido. Quando valorizamos mais o resultado do que os meios, legitimamos práticas corruptas e descompromissadas.
Além disso, é essencial restabelecer vínculos genuínos entre as pessoas. As relações humanas não podem se resumir ao efêmero; precisam ser construídas com base em sentimentos duradouros. O hedonismo, que coloca o prazer imediato como fim último da vida, não pode ser nosso norte. A vida humana deve incluir prazer e lazer, mas esses não podem se tornar prioridades absolutas.
Há uma inversão de valores que adoece a sociedade e contribui para a formação de uma geração desprovida de espírito crítico e integridade. A alma humana, que deveria ser inegociável, tem sido trocada por promessas de sucesso e conforto. Precisamos de coragem para escolher o caminho mais difícil, porém correto, que conduz à formação de um caráter verdadeiro.
Nossos líderes devem refletir essas convicções. Estamos cansados de arrogância e discursos inflamados. Precisamos de líderes verdadeiros, que inspirem confiança e respeito, e não de figuras passageiras que se limitam a aparecer nas redes sociais. A construção de uma sociedade mais justa depende de todos nós, mas também daqueles que escolhemos para nos representar. É tempo de resgatarmos a importância do caráter, da ética e da integridade.
Michel Afif Magul , advogado, mestre em planejamento urbano e secretário de relações internacionais da alego.
