Opinião Pública

Quaresma: o caminho do encontro

Redação DM

Publicado em 18 de abril de 2025 às 11:25 | Atualizado há 2 dias

Luiz Fernando Sanches
Vereador por Goiânia e Policial Rodoviário Federal
Luiz Fernando Sanches Vereador por Goiânia e Policial Rodoviário Federal

Luiz Fernando Sanches

Iniciamos em 6 de março, esse período tão importante da fé cristã.
A Quaresma não é apenas um tempo no calendário. É um chamado, um convite pessoal, um reencontro, uma oportunidade para parar e refletir. O tempo litúrgico não é só uma contagem de dias, mas um processo de transformação. Não importa quando você decida vivê-lo de forma verdadeira, o importante é decidir.
Ela nos convida a voltar o olhar para dentro e enxergar aquilo que, no meio da correria do dia a dia, muitas vezes deixamos para depois: nossa fé, nossa essência, nosso propósito. Ainda há tempo. Sempre há tempo para despertar, para recomeçar, para sair do automático e fazer diferente.
E a Igreja, como uma mãe amorosa e sábia, nos ensina três caminhos para essa transformação: esmola, oração e jejum.
A esmola: ir ao encontro do outro.
Vivemos tempos de distração. O dia a dia nos absorve, as telas nos prendem, os problemas nos fecham em nós mesmos. Mas a esmola nos ensina a erguer os olhos e perceber quem está ao nosso lado.

A esmola não é apenas um gesto de caridade, mas um exercício de humanidade. É enxergar a necessidade do outro, não apenas com os olhos, mas com o coração. Às vezes, um abraço pode valer mais que um pão. Um minuto de atenção pode curar mais do que um remédio. O que oferecemos de verdade não é o que sobra, é o que transforma.

Esmola é presença. É um olhar que diz: eu te vejo, eu me importo, eu estou aqui.
A oração: ir ao encontro de Deus.
Quantas vezes tentamos resolver tudo sozinhos? Buscamos respostas, soluções, certezas… e nos esquecemos de que Deus já nos espera, de braços abertos. A oração é esse encontro real com Ele, onde palavras não são necessárias, onde a alma descansa e onde o silêncio fala mais alto do que qualquer barulho do mundo.

A oração não é monólogo. Não é só pedir, falar ou questionar. É escutar. É abrir espaço para que Deus nos molde, nos direcione e nos transforme.
Quem reza verdadeiramente não busca apenas respostas, busca sentido.
O jejum: ir ao encontro de si mesmo.
Vivemos rodeados de excessos. Excesso de informação, de consumo, de impulsos que nos dominam. O jejum é um ato de liberdade. É dizer não para o que nos prende, para que possamos dizer sim ao que realmente nos fortalece.

O verdadeiro jejum não é vazio. Ele nos ensina que nossa força não vem do que nos falta, mas do que nos preenche. Quem jejua verdadeiramente não se priva, se fortalece.
Já parou para pensar: quantas Quaresmas você já viveu? Quantas vezes esse tempo passou sem deixar marcas profundas?

A cada ano, a Quaresma retorna. Mas e você? Continua o mesmo? Ou está disposto a fazer dessa Quaresma um tempo diferente, único, verdadeiro?

Porque Deus não nos chama à conversão para que apenas passemos por mais um período de sacrifícios. Ele nos chama para renovar nossa vida, para transformar o que precisa ser transformado, para nos preparar para algo muito maior.

A Quaresma não é um fim, é um começo.

Que essa Quaresma não passe despercebida. Que ela seja vivida intensamente. Que seja, de fato, a sua Quaresma.

Ainda há tempo. Sempre há tempo para começar.

Esse é o meu compromisso, como cristão e como vereador. Que possamos viver esta Quaresma com fé, com entrega e com transformação.

Luiz Fernando Sanches
Vereador por Goiânia e Policial Rodoviário Federal


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