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OPINIÃO

A Teoria da Água Virtual (O consumo de água que não enxergamos)

Ricardo de Oliveira  ,Especial para Diário da Manhã

Com a atual crise mundial dos recursos hídricos devemos compreender que a água é um recurso finito, sendo um dos desafios globais que deve ser encarado por todos nós. Assim, o agravamento e a complexidade da crise da água podem ser o resultado de grandes desequilíbrios ambientais relacionados a problemas no desenvolvimento social e na economia.

Diante da problemática, diversos estudos são realizados visando quantificar a água presente em mercadorias de consumo diário. Um conceito amplamente aceito é a Teoria da Água Virtual, que foi introduzida em 1993 pelo professor e pesquisador britânico Tony Allan. Esta teoria nada mais é do que a quantidade de água utilizada na produção de um bem de consumo qualquer, por outro lado, é a água escondida em quase todas as mercadorias que consumimos, estando presente no ciclo completo de produção industrial, desde o início da cadeia produtiva até o produto final.

Para exemplificar o uso concreto da Teoria da Água Virtual podemos utilizar uma xícara de café como exemplo racional e simples, que, segundo o cálculo realizado pela Teoria da Água Virtual, consome em média 140 litros de água para ser produzida, portanto, a soma é feita onde se calcula desde o gasto de água para cultivar o café, o processamento dos grãos, o empacotamento, a energia utilizada, o transporte para a distribuidora e por fim nas mãos do consumidor final, que irá utilizar um pouco mais do recurso hídrico para prepará-lo. Seguindo o cálculo, 1 kg de carne bovina consome cerca de 13.000 litros de água, 1 kg de arroz gasta em média de 2.500 litros de água, apenas uma calça jeans tradicional são necessários mais de 10.000 litros de água. Por tanto, devemos ter em mente que não consumimos água apenas quando a ingerimos, quando tomamos banho ou a utilizando de forma direta (visível).

Com base nessa teoria podemos fazer inferências que o consumo de água em escala mundial necessita ainda mais de reflexões comportamentais e conscientes, que visem reduzir o consumo exagerado e consequentemente os impactos ambientais, pois é certo que o responsável pelos atuais desequilíbrios naturais é o ser humano, sendo assim, o próprio ser humano deverá encontrar meios que possibilitem a longevidade e a continuação dos recursos naturais do planeta terra.

 (Ricardo de Oliveira Belle, aluno de graduação de Ciências Biológicas, modalidade licenciatura, pela PUC-GO )

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