A aparente timidez da criança índigo é uma forma de autodefesa instintiva, que assume até sentir-se segura, por exemplo, para inaugurar um possível relacionamento. A simples aproximação de alguém sem a devida preparação para o desejado contato, é motivo para seu retraimento ou indiferença, mesmo quando agraciada com um carinhoso abraço. Sua primeira comunicação se faz com um olhar analítico e curioso, como a investigar a alma do pretenso interlocutor.
Só depois de algum tempo, quando já domina a situação reinante e avalia as primeiras reações de quem a abordou, é que ela, a criança índigo, se abre para a aproximação desejada. Então passa a arquitetar algum tipo de brincadeira, atraindo a atenção para si, como a dizer: a escolha é minha. O primeiro pressuposto é a confiança. De qualquer maneira é ela quem há de tomar a iniciativa.
Mesmo no âmbito familiar, é sempre assim. Encontrando-se distante ou sem o contato diário com alguém da própria família, mesmo sendo a pessoa que mais ama, nega-se a atender apelos afetivos e até mesmo chamadas telefônicas. À distância, sentindo alguém na linha, faz ouvir sua voz em tom bem alto, como a demonstrar a força de sua presença ausente, essência do seu querer. Mas falar, só quando quer e por iniciativa própria. No caso de Maria Eduarda, será mesmo timidez, ou presunção de princesa reencarnada?
A voz da quintessência
Crianças índigos sentem-se senhoras de si, agem como protagonistas da ação e não aceitam papel secundário. Só o fato de se olhar para elas com ar interrogativo, como querendo saber se desejam algo, é bastante para se ter a recriminação, do tipo: não estou falando com você.
De outra parte, magoam-se facilmente, quando contrariadas por algum motivo que as envolva, mesmo que indiretamente, ao suspeitarem de algum segredo. Essa é, aliás, a forma de lidar com elas, por via indireta, como diz o provérbio: jogando verde pra colher maduro.
Comunicam-se além da linguagem verbal. Decodificam signos enigmáticos. Entendem de simbologias gestuais. Captam mensagens abstratas ainda não elaboradas na mente de seus interlocutores. Como a dizer, eu sei o que estou vendo no seu pensamento.
O cérebro dos índigos é o melhor dos computadores. Têm a quintessência da energia quântica, como diria Einstein. Seu DNA processa realidades virtuais, tal como o perispírito processa manifestações do espírito e as retém como memória de si mesmo.
(Emílio Vieira, professor universitário, advogado e escritor, membro da Academia Goiana de Letras, da União Brasileira de Escritores de Goiás e da Associação Goiana de Imprensa - Email: [email protected])