Quando um país entra numa areia movediça econômica, não vislumbrando saída de uma situação caótica, é porque houve um desenrolar histórico que para ali o conduziu. Habitualmente, o resumo da ópera são os excessivos gastos públicos. A matemática é simples: deve-se gastar menos do que se arrecada. A ruína do berço da civilização ocidental é um “patchwork” de mentiras, desperdícios e hipocrisia. Durante anos, os políticos gregos omitiram o verdadeiro déficit público. Em 2009, com o novo governo que chegava ao País, constatou-se que o buraco fiscal correspondia a 14% do PIB, enquanto se divulgavam 3,7% (déficit real de 30 bilhões de euros). O governo foi buscar financiamentos em Wall Street. Para entrar no grupo dos países do euro, forneceram-se dados falsos até 2009.
O estado grego promoveu a falência dos bancos do país, compradores de títulos do governo durante os anos da gastança. A Europa, assim, socorreu os correntistas gregos. Enquanto a bolha se formava, o país recorria ao aumento da dívida pública para financiar os gastos econômicos.
Por muito tempo, o salário mínimo grego era 50% maior que o espanhol, apesar de ter um PIB “per capita” bem inferior.
O aparelhamento estatal foi imenso durante décadas, havendo sempre loteamento de cargos para correligionários e simpatizantes, na prática asquerosa de fisiologismo.
Alguns órgãos públicos contavam com 50 motoristas para cada carro!
Durante a bolha, Atenas sequer sabia quantos empregados havia na folha de pagamento: aproximadamente 800 mil. Chegaram a 20% da força de trabalho do país, ganhando 50% mais do que os trabalhadores do setor privado, bem mais que as alemães nas mesmas funções.
Apesar de,há muitos anos, ter quatro vezes mais professores do que a Finlândia, a Grécia ainda possui um dos piores níveis de ensino da Europa.
Gastava-se em provisões e estoques hospitalares muito mais do que a média da União Europeia, porque médicos e enfermeiros, inclusive, levavam materiais para casa.
Chegou-se ao cúmulo da criação de um comitê para gerir o Lago Kopais, seco desde 1930.
Antes da crise, o cidadão se aposentava aos 61 anos de idade, o que configurava um dos sistemas previdenciários mais “generosos” e inviáveis da União Europeia.
Muitos outros absurdos foram detectados quando a crise se estabeleceu.
Hoje, a Alemanha, principal credora da Grécia, endurece as negociações, visto que sempre manteve política austera de gastos, enquanto a terra de Zeus esbanjava irresponsabilidade. Infelizmente, cidadãos sérios colherão os frutos de concidadãos perdulários. A terra de Merkel também colhe amargos frutos do Nazismo de mais de sete décadas passadas.
O Brasil de hoje,calcado em políticas equivocadas e irresponsáveis, lida com a revolta popular e encaminha-se para o descrédito internacional paulatino.
Fisiologismo,corrupção,inchaço da máquina estatal, 39 ministérios, conchavos políticos estapafúrdios e,sobretudo,a falta de amor à Pátria, que grassa entre a imensa parte de nossos políticos: triste retrato da nossa Pátria de hoje!
“A cada novo minuto você tem a liberdade e a responsabilidade de escolher para onde quer seguir, mas é bom lembrar que tudo na vida tem seu preço” (Zíbia Gaparetto).
Que exemplos como os da Venezuela,de Cuba e da Grécia sirvam para que façamos o oposto!
(Kátia Brenner Queiroz, médica radiologista)