Segundo a definição clássica, dilema é uma situação difícil na qual é preciso escolher entre duas alternativas, contraditórias, antagônicas ou insatisfatórias. O próprio nome da Presidente se presta a um trocadilho capaz de mostrar em que esgoto de problemas se atolou a nação brasileira. A inábil dirigente petista, incompetente e turrona, provocou uma sinuca de bico para ninguém botar defeito.
Tirá-la do cargo via impeachment não é rima nem solução. Deixá-la no governo é uma tragédia garantida. Nessa equação todo o povo brasileiro fica entalado com uma pergunta shakespeariana sem resposta: “ser ou não ser a favor do impeachment, eis questão.”
Os que defendem a permanência de Dilma no trono do poder, para garantir o rito democrático e honrar a decisão das urnas, têm como efeito colateral os transtornos que essa posição acarreta. Rousseff já não governa, arrasta-se lentamente como um zumbi sem rumo, sua base aliada ruiu, não possui um projeto de governo, é totalmente inoperante na recuperação da economia, perdeu moral internacionalmente e com ela no domínio, tudo indica que as coisas vão piorar.
Vale a pena fincar posição em nome de preceitos constitucionais mesmo que o País seja engolido pelo buraco? Muitos acham que sim. É o preço numa democracia consolidada e estamos conversados.
Quem sustenta a saída da presidente, não importa se o processo tem um viés político que força a barra, não o faz sem riscos que assustam. Se falta de visão, má gestão administrativa e as já famosas pedaladas, servirem de pretexto para chutar eleitos fora do cargo, um bafo infernal sopra a nuca de governadores e prefeitos de todos os matizes. Poucos vão resistir ao crivo que se fechou em torno de Dilma. Um precedente que acendeu sinal amarelo em todos os rincões.
Por essas e outras é que governadores estão contra a impugnação da chefe do executivo federal. Se a coisa vinga com ela ninguém está a salvo. Pau que bate em chico tem que bater em Francisco.
No frigir dos ovos dessa indigesta omelete, como que fica? Qual é a melhor solução? No que se oferece no momento nenhuma decisão tem excelência para os destinos do País. Qualquer sentença vai doer nos calos da sociedade. A única alternativa interessante, e que poderia garantir uma recuperação rápida, seria a renúncia de Dilma Rousseff. Mas isso jamais acontecerá. Ao que consta ela não possui escrúpulos e crises de consciência. Seu incurável egoísmo é a nossa ruína.
Rosenwal Ferreira, jornalista