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OPINIÃO

Orquestra Filarmônica de Goiás - OFG

A Folha de São Paulo publicou na última quinta-feira, 25, os melhores concertos nacionais de 2015, eleitos por jurados e pelo público, e a Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG) aparece em terceiro lugar, credenciada como uma das melhores orquestras brasileiras, ficando o primeiro e o segundo com a Osesp.

Nos critérios da eleição, cada integrante do júri elegeu três destaques em ordem de preferência, com pontuação de 3 pontos para o primeiro colocado, 2 pontos para o segundo e 1 ponto para o terceiro.

Quem já teve o privilégio de participar de uma apresentação de nossa Orquestra Filarmônica sabe que ela é merecedora desta conquista, pois antes das enormes dificuldades encontradas nos entraves burocráticos do governo, existiu a boa vontade de nosso governador Marconi Perillo em criá-la e apoiá-la; do esforço e dedicação de seus músicos, e também da equipe técnica e administrativa; da perseverança da aguerrida Pianista e Mestre em Música pela Universidade de Geórgia (EUA), Ana Elisa Santos – superintendente da OFG; sabe também da competência dos maestros Marshal Gaioso – regente associado, Alessandro Borgomanero – diretor de Ação Cultural e Neil Thomson - diretor artístico e regente titular – dos colaboradores do Centro Cultural Oscar Niemeyer, representados pelo mecenas da cultura goiana, doutor Nasr Nagib Fayad Chaul, hoje na Superintendência Executiva da pasta da Cultura, ligada à Seduce; e, enfim, do atual gestor do CCON, Lisandro Magalhães Nogueira – além de toda equipe da Seduce.

O que era apenas uma Orquestra tornou-se uma Filarmônica com notoriedade nacional. Fruto de muito trabalho e de apoio de pessoas que amam a cultura, sem as quais não teriam chegado onde estão. Acompanhei a luta incansável de Ana Elisa Santos e sei dos percalços por ela encontrados, cujo reconhecimento demonstra que todo o seu empenho valeu a pena.

Em 2012, graças a atenção diferenciada e sempre amiga do ex-senador Cyro Miranda Gifford, a Orquestra Filarmônica foi transferida para o Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), quando tivemos o primeiro calendário anual de apresentação, com 20 concertos, com o apoio incondicional do Teatro Sesi, do Centro Cultural Basileu França, do Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG) e do Teatro Goiânia.

Em 2013 e 2014 a Orquestra Filarmônica realizou a segunda e terceira temporadas de concertos, com a parceria de uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), junto à Secretaria de Estado da Casa Civil. Foram anos de grandes dificuldades pelo excesso de burocracia, mas que foram mais uma vez vencidas pelo empenho de Ana Elisa e pelo apoio de nosso governador.

Em 2015, realizou-se a parceria entre a Oscip e a Secretaria de Estado da Cultura, Esporte e Lazer (Seduce), do que resultou maior flexibilização para a sua quarta temporada, diante da boa vontade da secretária e sua equipe, com saldos positivos para a Orquestra – hoje, com reconhecimento nacional.

Em 2016, para o bem da Orquestra, espera-se que seja realizado o edital para a parceria com uma Organização Social (OS), o que trará maiores facilidades para a Filarmônica e um ano de muito sucesso e reconhecimento em suas apresentações.

Sempre acompanhei e torci muito pelo sucesso de nossa Filarmônica. Lembro-me de sua primeira apresentação, em março de 2012, no teatro Basileu França, quando ouvi de Ana Elisa Santos: “Iremos lotar todos os espaços onde formos apresentar, é uma questão de tempo.” E não precisou do tempo, pois o público sempre foi fiel nas apresentações, faltando, muitas vezes, lugares.

Além do brilhantismo de suas apresentações, a Filarmônica realiza um papel social muito importante em seus Concertos Didáticos, direcionados para crianças entre nove e quatorze anos, com estudantes das redes pública e particular de ensino. Durante a aula os alunos apreciam a música clássica e recebem informações sobre os instrumentos, naipes da orquestra, repertórios e compositores. O projeto busca alcançar mais jovens com um pouco do universo da orquestra, despertando sua curiosidade para a música clássica e fomentando a formação de plateia, com o incentivo para o surgimento de novos músicos e musicistas. Para as crianças, recentemente foi distribuído um livro: “Um cerrado de sons”, livro didático para colorir. Além desse importantíssimo projeto ainda tivemos: Projeto Opus - I Concurso de Composição de Música de Concerto; três Concursos Jovens Solistas, para o incentivo e valorização dos jovens talentos da Música de Concerto; quatro Workshops Internacionais de Regência Orquestral, onde jovens regentes puderam ter aulas práticas à frente da OFG.

A pedido do governador, a música foi levada a diversos bairros de Goiânia e ao interior, privilegiando as cidades de Piracanjuba (Festival de Orquídeas), Catalão, Palmeiras de Goiás, Rio Verde, Goiás, Morrinhos, Pirenópolis, Itumbiara e Inhumas, que puderam apreciar a música clássica. Em Goiânia, diversos bairros foram contemplados, mas a maior e memorável apresentação foi no Parque Flamboyant, com mais de 5 mil pessoas presentes. Sob a regência de Neil Thomson, tivemos um repertório diferenciado, com a seguinte programação: Tributo a John Williams; Os Cowboys – Abertura; JFK – Tema Principal; Memórias de uma Gueixa – Valsa do presidente; A Marcha de 1941; Guerra nas Estrelas – Através das Estrelas – O Ataque dos Clones; Contatos Imediatos do Terceiro Grau – Suíte; Superman – A Marcha dos Vilões; Cavalo de Guerra Dartmoor, 1912; Guerra nas Estrelas Suíte. Este mesmo concerto foi realizado no Palácio da Música Belkiss Spenzièri do CCON, com o maior número de público já registrado naquele espaço.

Atendendo a convites de outros Estados, a Filarmônica brilhou no 46o. Festival de Inverno de Campos do Jordão, um dos mais populares festivais de música da América Latina; na cidade de Tatuí e na Sala São Paulo, com apresentação do violinista israelense Ittai Shapira como solista convidado e regência do maestro titular Neil Thomson; Uberlândia, com regência do israelita Yishai Steckler e do violoncelista alemão Johannes Gramsch, solista.

Quando da apresentação do simpaticíssimo maestro João Carlos Martins em Goiânia, no dia 6 de outubro de 2013, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, ele disse, na minha companhia e de Nasr Chaul, que teria ouvido de nosso governador em São Paulo que o seu sonho era consolidar uma Filarmônica no Estado de Goiás. Sonho realizado, governador! Nós, goianos, lhe agradecemos por mais esta conquista.

A terra da música sertaneja e do pop rock, agora também é da música erudita. Bravo! Bravíssimo!

(Cleverlan Antônio do Vale, graduado em Gestão Pública, Administração de Empresas, pós-graduado em Políticas Públicas e docência universitária, doutorando em Economia, articulista do DM - [email protected])

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