Reeleição, mesmo com o voto consciente, conspira contra a democracia, turva sua imagem perante a sociedade, quanto mais, em nosso caso, com o voto subserviente, leniente e para reforço de linguagem, demente, vergonha escabrosa leitor, votar na Joaquina, só porque recebe Bolsa Família do governo, nunca do bolso dela, pois, a verba vem dos impostos pagos por todos contribuintes. As famílias, para não se acomodar, deveriam receber tal donativo por prazo determinado, enquanto o estado, por meio de instituição afim, seria obrigado a capacitar o chefe da casa para um ganha pão mais rendoso, promovendo sua emancipação, como tantos outros milhões de patrícios, pelo trabalho mais produtivo, qualificado, obrigatório aos beneficiários do Bolsa Família; da forma atual, constitui mera imitação secular do pão e circo dos Romanos. Ora, mesmo, com o voto consciente, ela conspira contra a aura democrática, quanto mais, com o voto subserviente, viciado, da atual conjuntura.
Pense bem, há mais de 30 anos, aquela mobilização, com bandeiras gigantes da nação nos comícios gigantescos, Fafá de Belém, sua voz inebriante, entoando o hino nacional, nada fizeram, os sucessivos governos, para mudar o voto subserviente, em voto consciente, este, maior arma da república, porquanto, sublimado pelo conhecimento, extirpado das sombras negras da caverna alegórica de Platão, estaria hoje elegendo bons governantes e, ao mesmo tempo, punindo, alijando do poder as mãos ruins. O processo viciado de reeleições, como dantes, faz da política, profissão, profissão escabrosa, pois, no lugar de defender os legítimos interesses da comunidade, muda de casaca, o negócio passa a girar em torno de sua reeleição, perpetuação no poder. As campanhas milionárias entronizam, no cargo, gestores públicos que mal governam a si mesmos, quanto mais este país, gigante pela própria natureza, mesmo esbulhado por eles, inimigos da república, prospera.
O poder corrompe, profissionalizado, pare e passo, monopolizado, corrompe mais, alijando a competição, alma da democracia. Os que são derrotados, correm atrás, querem, por todos os meios voltar a ele, pois o melhor negócio do mundo, neste país, onde a ética, irmã gêmea da política, está tão longe uma da outra, como a terra do sol, é ser político, o segundo melhor negócio, como na paródia, diálogo do compadre Joaquim com o compadre Manoel, não é bem um banco arruinado, mas sim, um político arruinado como o Dirceu e outros mais do Mensalão. Semi-arruinados como o deputado Cunha, Lula, amigo inseparável do Fidel Castro, eterno primeiro ministro de Cuba, Saudoso Hugo Chaves da Venezuela, acusado de co-participação no tráfico internacional de drogas, em interação com o grupo, dito islâmico, terrorista do Líbano Hezbollah, trama descoberta pelo serviço secreto dos Estados Unidos. Muitos outros, leitores, mas voltemos à reeleição, a mais cobiçada de todas as tentações de políticos maquiavélicos, corrente dominante na atual república do faz de conta.
O profissionalismo politiqueiro tornou-se moda, desde o Império, oficio rendoso, a principio o coronelismo, isto, na velha política, agora, simplesmente, político, todavia, o dotado de mandato, entrementes, como dizia Aristóteles, em seu tratado político – “o homem é um animal que gosta de viver bem na Polis” – cidade Grega, Polis, por derivação, com o tempo, originou o termo política. A própria Polis foi construída para dar fama universal ao cidadão Grego, antes perdido no ermo sem termo, a fama, de fato, conquistada, confunde-se, com bem estar, logo, como afirmou ele, o homem é um animal político, portanto, todo brasileiro, e não apenas os que ocupam mandatos eletivos, são políticos.
Naquele tempo, só participava da vida política o cidadão Grego, do sexo masculino, com mais de 18 anos, que tivesse prestado, pelo menos, dois anos de serviço militar, a mulher, escravos, estrangeiros, mesmo radicados, eram proibidos de participar da vida política. A alternância do poder, desde a primeira experiência republicana, era imperativa, marca indelével da democracia direta, como foi praticada. Oportuno ressaltar que, na antiguidade, muitas cidades-estados foram fundadas inspiradas na cidade estado de Atenas, ao longo da orla marítima europeia, entrementes, logo a seguir, foram-se degenerando, prevalecendo, em muitas delas, um misto de democracia com aristocracia, onde deputados, senadores eram ungidos por um sistema viciado de eleições, tal qual, a época do Império.
O nosso atual sistema, profissionalismo político, guarda mais relação com os dois sistemas deteriorados do que com a república defendida por Rousseau na sua obra, O contrato Social. Aproxima-se mais do feudalismo do que da democracia, como foi concebida, praticada. No feudalismo a perpetuação no poder era pela árvore genealógica, sangue régio, a nossa, se faz pelo voto subserviente-leniente, corrompido, para mudar a cara da república, atualmente enferrujada, degradada pela corrupção. O voto tem que imperativamente ser substituído pelo voto consciente-sapiente, altivo. Para esta mudança de paradigma, você cidadão contribuinte tem que participar, fazer corrente e formar opinião, oxalá, na manifestação, espero, seja grandiosa, ordeira, programada para o dia 13 de março, promover baderna, vem a ser, o mesmo que dar a mão à palmatória, tiro no pé.
Há muito tenho propugnando, por meio deste valoroso jornal, Diário da Manhã, pela redução de nosso congresso pela metade, pois, proporcionalmente, ao número de habitantes, o congresso dos Estados Unidos é a metade do nosso, neste momento, minha querida filha, Lara, me liga informando de propositura tramitando em fase inicial, no congresso, determinando a redução, tanto de deputados, como de senadores. Valeu, a luta continua, espero, seja vitoriosa. Lá, nasceu à primeira república inspirada, pelo Iluminismo, o processo eleitoral de alternância do poder nunca foi interrompido. O cidadão, uma vez eleito e, também, reeleito, uma vez, presidente da república, não pode, por lei, se candidatar mais, todavia, sua experiência, status de ex-presidente é valorizado na representação do país, em missões internacionais, de alto nível. Em nosso caso, existe esta mania antipática, caudilhista, do cara se candidatar a presidente, deputado, quantas vezes desejar, motivo pelo qual, tal ambição, inspirada pela corrente maquiavélica, deve, imperativamente, ser proibida, por lei.
Outra mania nociva à república, já mencionada, vem a ser a reeleição por toda vida de senadores, deputados e vereadores, além de eleito pelo voto subserviente leniente, viciado, pode se reeleger até morrer no poder, viver a vida toda, as expensas da sociedade contribuinte, com toda sorte de mordomias: dezenas de assessores pagos pela sociedade contribuinte, apartamento, carros, viagens, tudo custeado pelos cofres públicos. Pasme leitor! Até verbas para ONGS corruptas, fantasmas, associações do faz de conta, já foram descobertas pela Imprensa, Polícia Federal, Ministério Público, enquanto tudo isto acontece, o nosso sistema educacional peca, e, como peca em qualidade, a saúde caminha de muleta, a segurança nossa de cada dia, sobre modo, precária. Embora haja um estatuto da criança e adolescente, os meninos abandonados, por culpa de pais sem escrúpulos e estado lambão caminham para as drogas, crime organizado, banditismo, como a água para o mar.
Por isto tudo leitor, a solução para mudar a atual república do faz de conta, enferma, na república verdadeira, aquela de dar água na boca, como foi praticada, vem a ser a mobilização popular, creio, constitucional, promovendo, pelo voto popular, a dissolução dos poderes: executivo e legislativo, federal, estaduais e municipais, programando, em seguida, novas eleições, no entanto, como dito no último artigo, transparentes, limpas, no qual os candidatos, no lugar das campanhas milionárias, deverão gastar as solas dos sapatos e o diálogo com a sociedade eleitora. Afinal, são contratados pelo voto, para servir a pátria, e, não, como no Petrolão, Mensalão, enriquecerem às custas dos cofres públicos.
Quem sabe no atual universo de políticos inimigos da democracia, a mudança de paradigma, na arte de governar, consoante a corrente aristotélica, verdadeira, clássica, possa ser feita incentivando as candidaturas de dois expoentes de ilibada conduta, que seria o Sergio Moro, juiz da operação Lava Jato, na presidência, e o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa na vice-presidência?
Viva a democracia verdadeira, abaixo seus inimigos!
(Josias Luiz Guimarães, veterinário pela UFMG, pós-graduado em filosofia política pela PUC-GO, produtor rural)