Parece que vivemos um pesadelo sem fim desde o início de 2015. Passamos por um ano difícil na economia, com a esperança de que, em 2016, as coisas seriam melhores para os brasileiros, mas não é isso o que está acontecendo, infelizmente. O desemprego cresce em patamares assustadores, a inflação não diminui, e o governo não tem as rédeas do país, gerando cada vez mais desconfiança nos mercados.
Em resultado dessa soma de fatores no dia 24 de fevereiro os brasileiros receberam mais uma notícia ruim, para a já combalida economia do Brasil. A agência de classificação de risco Moody's anunciou o rebaixamento da nota de crédito do Brasil. Isso representa para o nosso país a perda do último selo de bom pagador que tínhamos entre as três maiores agências de risco do mundo. Estamos agora, segundo a classificação da agência, abaixo de países da América Latina como Chile, México, Costa Rica, Colômbia e Guatemala e ao lado de Angola.
Entretanto, não para por aí. Existe ainda a perspectiva de mais um rebaixamento nos próximos meses, o que significa a nossa saída da linha de grau de investimento para a de grau especulativo, quando a agência de risco entende que há risco de calote.
Uma das justificativas citadas pela agência é justamente o fraco apoio político da presidente e da sua administração, o que afasta a perspectiva de reformas que modifiquem o atual cenário desolador. Esse, sem dúvida, é o componente que mais nos tira o sono: não há nenhuma expectativa de que esse governo seja capaz de nos tirar da crise.
Infelizmente a escolha equivocada da maioria da população brasileira, que foi enganada pela máquina da propaganda e pelo assistencialismo populista, tem nos feito assistir, diariamente, o esfacelamento do nosso país, que em dois anos está regredindo na história.
O meu desejo é apenas de que o povo brasileiro não sofra mais com os reflexos dessa crise e que, realmente, o pior já tenha passado. Não há dúvidas também de que o brasileiro tem aprendido com essa crise e está pronto para dar sua resposta contra a irresponsabilidade fiscal, contra a apropriação do Estado por grupos políticos e contra o populismo retrógrado, que diz representar o interesse dos mais necessitados, mas joga a conta de seus erros justamente no povo mais sofrido.
(Roberto Balestra deputado federal pelo Partido Progressista)