Muito úteis especialmente para quem está em início de carreira, os trabalhos voluntários têm se tornado cada vez mais valorizados dentro das empresas. Ao incluí-los no currículo, o profissional mostra que investe parte do seu tempo em outras pessoas e possui algumas qualidades fundamentais em qualquer ambiente corporativo, como facilidade de relacionamento interpessoal, iniciativa, capacidade de trabalho em grupo e uma visão holística dos problemas da sociedade. Que companhia não gostaria de contar com alguém assim?
Utilizado como critério de seleção, o voluntariado expõe ao recrutador que o candidato consegue lidar com realidades diferentes da sua, como reage e o que consegue aprender em diversas situações. Já no que se refere à tão requisitada proatividade, aquele que faz algum tipo de serviço social, mais uma vez, estará à frente, pois é capaz de identificar um problema em sua comunidade, ir atrás da solução, colocar em prática suas ideias e aguçar a sua criatividade.
Quem deseja começar a atuar como voluntário, pode ficar na dúvida sobre a real contribuição que atividades não relacionadas ao seu campo de atuação podem trazer. No entanto, o principal aspecto de um trabalho solidário não está relacionado à promoção pessoal, mas ao envolvimento genuíno com a atividade. Além do aprendizado ser mais efetivo, a paixão pelo que se faz é mais importante do que a mera informação no currículo – isso não quer dizer, no entanto, que essas informações devem ficar de fora de uma apresentação pessoal: é importante informar todos os trabalhos dos quais participou, as atividades desenvolvidas e o tempo dedicado a cada uma delas. Tudo para deixar claro que o objetivo não é apenas o salário, mas também contribuir para um mundo melhor.
Vale a ressalva de que, no caso de uma pessoa já empregada, os compromissos do voluntariado não devem prejudicar os resultados e a rotina diária de trabalho, pois certamente, isso não será bem-visto pelo empregador. Porém, quando é desempenhado da maneira correta, esse tipo de atividade só faz bem, independentemente da etapa em que o profissional está. Lembre-se sempre: o voluntário é, antes de mais nada, um doador nato que faz sem esperar receber em troca. Esse espírito deve guiar os que buscam ajudar o próximo e, dessa forma, as vantagens para a carreira serão apenas consequência.
(Daniela do Lago, coach de carreira, palestrante, professora dos cursos de MBA da Fundação Getúlio Vargas nas disciplinas de Gestão de Pessoas, Comportamento Organizacional, Comunicação e Relacionamento Interpessoal e escritora. Em 2014 lançou o livro “Despertar Profissional”, pela Editora Integrare, que contém dicas práticas de comportamento no trabalho)