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OPINIÃO

Como saber se devo mudar de carreira?

Jorge atua há 3 anos como gerente, mas não vê perspectiva de promoção; decide, então, fazer um MBA; Clara tem uma agenda estressante e mal consegue cuidar de sua saúde, decide, então, que é hora de procurar um emprego em outro segmento, com uma rotina menos corrida. Será que as decisões de Jorge e Clara são as mais eficazes para resolver a situação vivida por eles?

Muitas vezes, o que se percebe é que, para minimizar as insatisfações que sentem, muitos profissionais tomam decisões rápidas, sem nem ao menos identificar as reais causas do problema. Investem energia, tempo e dinheiro para procurar o emprego dos sonhos, fazer o curso que vai mudar sua vida, abrir o negócio que vai impactar o mercado. Todas essas iniciativas são super válidas, louváveis e devem ser incentivadas, desde que estejam realmente alinhadas aos valores e às competências desse profissional.

Caso contrário, ele move montanhas em busca de satisfação, mas pode continuar insatisfeito, porque a causa da insatisfação não foi efetivamente resolvida, mesmo estando em um novo emprego, tendo um novo diploma ou um novo negócio.

Se estiver se sentindo insatisfeito, antes de tomar qualquer decisão, procure se perguntar:

O que realmente tem gerado insatisfação? Em que medida a causa está em mim mesmo e no outro/na empresa?

A falta de perspectiva de crescimento é real ou uma impressão? Será que tenho agido para merecer tal promoção? Será que deixei claras minhas expectativas de crescer? A empresa/equipe em que atuo valoriza as minhas competências?

A sobrecarga de trabalho é real ou há ladrões do tempo em minha agenda? Posso delegar mais as atividades menos estratégicas, as que tomam muito tempo da agenda ou as que menos domino?

O conflito com o chefe ou o colega de trabalho pode ser minimizado mudando minha própria postura em relação a ele? Uma conversa franca e assertiva ajudaria?

Esse curso irá realmente contribuir para o meu desenvolvimento? De que forma? O que ganho e o que perco ao fazê-lo?

Empreender é uma vontade, uma necessidade ou uma oportunidade? Tenho competências para ser empreendedor? Como é a rotina de quem empreende em comparação à rotina de quem é funcionário?

Essas são algumas das inúmeras perguntas que Jorge, Clara ou qualquer profissional deve se fazer, a depender da situação que vive, para começar a identificar as causas do problema e, então, tomar decisões mais eficazes. Investir tempo nesse mapeamento das causas é crucial para seguir em frente - seja num novo emprego, negócio ou curso – e obter sucesso e satisfação pessoal.

(Vivian Rio Stella, doutora em Linguística pela Unicamp, pesquisadora de Pós-Doutorado no grupo Atelier da PUC-SP, consultora e diretora da empresa de treinamento executivo VRS Cursos (www.vrscursos.com.br))

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