A geração descentralizada de energia começa a ganhar fôlego reforçado perante nova fonte que promete, muito, despontar na matriz energética brasileira: a energia solar. Aos dados: dos atuais 22 megawatts instalados, projeta-se, para o não muito longínquo ano de 2024, um considerável crescimento no país, assim, chegaremos lá com aproximadamente 11.500 megawatts. Ou seja, o mercado crescerá em torno de 522 vezes!
Portanto, preparem-se para ver o que, há muito, é comum em países de elevado nível de desenvolvimento: painéis fotovoltaicos nos telhados, dessa forma, captando uma das mais baratas energias que se tem notícia: a solar.
Nesse contexto, a microgeração, adequada para residências, ganha fôlego institucional devido ao estabelecimento de regras claras emitidas pelo órgão Regulador do Setor Elétrico Brasileiro. Refiro-me à Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel.
A partir daí, o salto foi espantoso. Se, antes de 2012, a geração de energia via painéis fotovoltaicos era praticamente desprezível, atualmente, a situação é bem outra, visto que chegaremos, em 2016, com aproximadamente 14 mil consumidores usando a microgeração solar para suprirem suas necessidades quanto ao insumo energia elétrica. Vale ressaltar que antes de 2012, praticamente, não se usava a luz solar para alimentar residências. De 2012 a 2016, o salto foi considerável, haja vista os 14 mil consumidores adeptos da microgeração solar. Para 2017, as previsões praticamente triplicarão o número de lares com esse tipo de geração.
Por que a microgeração vem se tornando tão atrativa para pequenos consumidores de energia elétrica? Primeiro, por uma questão de custo. Enquanto as tarifas das distribuidoras de eletricidade cresceram, em média, de 2014 a 2015, 35 por cento; os painéis fotovoltaicos, a partir de 2010, cresceram cerca de 80 por cento (Dados da Brasil Energia).
Mais: caso a geração do consumidor exceda seu consumo, essa poderá ser injetada na rede para ser usada posteriormente. Além disso, a produção no local e o consumo em outro poderá ser efetuado desde que respeite a área de concessão.
Vale, por fim, ressaltar que muitos estados retiraram o Imposto de Circulação de Mercadoria(ICMS) para os sistemas de microgeração. Vencida a barreira do financiamento para pessoas físicas, estaremos para consolidar o que hoje se percebe: a avassaladora procura pela energia solar como fonte para produção de eletricidade.
(Salatiel Soares Correia, engenheiro, bacharel em Administração de Empresas, mestre em Planejamento Energético. É autor, entre outras obras, de Tarifas e a Demanda de Energia Elétrica)