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OPINIÃO

Precisamos aprender com a coragem gay

Vivemos tempos de intolerância. Intolerância política, social, religiosa. Uma pena que tudo isso têm se arrastado também para as relações pessoais em nossa sociedade. E em tempos de tanta intolerância é preciso ter coragem. É isso o que temos de aprender com a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Transgêneros (LGBTT).

Violações de direitos são cometidas com frequência e por motivações diversas, muitas até torpes. Sabemos que ser LGBTT, infelizmente, ainda configura uma situação de alto risco de ser discriminado, desrespeitado e agredido.

A chacina recente na boate gay em Orlando (Estados Unidos), que vitimou 50 pessoas e deixou outras tantas feridas, representa o ápice do ódio e da intolerância dos tempos que correm. No Brasil sempre se registram episódios isolados e de menor monta, no entanto, com a mesma violência e crueldade, o que não ameniza o caráter homofóbico que também permeia nossa sociedade.

Estudo feito pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos (SDH) da Presidência de República, no Relatório de Violência Homofóbica no Brasil, de 2013, aponta que as violações aos direitos humanos relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero vitimizam fundamentalmente a população LGBTT.

Essa situação constitui um padrão que envolve diferentes tipos de abusos e discriminações e costumam ser agravadas por outras formas de violência. O homicídio, por exemplo, segundo a pesquisa, é apenas uma entre várias outras violências consideradas “menores”, como discriminações e agressões verbais e físicas dos mais variados tipos.

O relatório aponta ainda que a violência homofóbica acontece tanto em espaços públicos quanto privados. Sendo que 36,1% das violações ocorreram nas casas das vítimas e 26,8% das violações na rua e 37,5% das denúncias apontam outros locais como delegacias de polícia, hospitais, igrejas, escolas e no trabalho.

Temos de frear essas agressões de modo que lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e transgêneros tenham seus direitos básicos de cidadania garantidos, que eles possam ter o direito de ir e vir como qualquer cidadão, que eles possam se sentir seguros e livres de preconceitos, enfim, que possam ser respeitados como qualquer ser humano merece ser. Vamos todos dizer sim à tolerância e ao respeito mútuo.

(Leda Borges, deputada estadual licenciada e secretária da Mulher, Desenvolvimento Social, Igualdade Racial, Direitos Humanos e do Trabalho)

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