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O artigo desta semana dedico ao meu amigo e grande empresário da comunicação goiana Batista Custódio. Tenho mais de 50 anos de jornalismo e o começo de minha carreira devo, em parte, a esse grande homem, que me abriu as portas no lendário jornal Cinco de Março.
Para mim é um prazer saber que, desde os anos 60, mantenho uma relação não só profissional, como também de amizade com Batista. Comecei sendo seu correspondente na cidade de Anápolis. Recordo-me como era empolgante escrever naquela época. Eram anos de Ditatura Militar, de censura. Mas não nos intimidávamos.
Aprendi muito com Batista. Lembro quando fiz uma matéria em Anápolis e, ao invés de fotografar o entrevistado, fotografei a mim mesmo e coloquei na matéria. Inocência de jovem aprendiz. Então Batista chegou e disse: “Mané, ninguém quer ver você não, eu quero saber de quem você estava entrevistando, cadê a fotografia dele?” Lembro-me dessa e de outras situações com carinho e gratidão.
O Batista sempre foi muito corajoso em seus textos. Nos anos 60, 70, escrevia artigos de balançar autoridades como o governador de Goiás e parlamentares, mas sempre com muita responsabilidade em suas denúncias e críticas. Meu amigo tem uma habilidade ímpar para usar as palavras com sagacidade, de modo que, mesmo criticando, escreve sem ofender ou denegrir.
Anos mais tarde, tive a honra de novamente trabalhar com o Batista, mas já no Diário da Manhã. Lembro que, na época, o ele fez um investimento grande no jornal, contratando jornalistas renomados, inclusive de outros estados, para trabalhar aqui em Goiânia. O investimento aumentou o prestigio do Diário, mas cobrou seu preço, deixando-o em dificuldades financeiras, o que culminou na falência.
Nesse período de falência do jornal, fomos vizinhos por três anos, nos momentos difíceis de sua vida. Recordo-me, como se fosse ontem, debaixo de um pé de jabuticaba em uma chácara ao lado da minha, era onde eu ouvia as histórias do Batista.
Mas meu amigo ressurgiu e abriu novamente o Diário do Manhã. Batista Custódio está na história do jornalismo de Goiás, já é um personagem da nossa comunicação. Minha admiração e respeito por esse profissional vem do coração, vivemos muitas histórias boas e difíceis juntos, ora me ajudando, ora eu lhe ajudando. Meu reconhecimento a você, meu amigo!
(Manoel de Oliveira, deputado estadual e cronista esportivo)
