Não és metal, transcendes o real
És um símbolo, o ignoto que nasceu
Antes do homem e da linguagem
Tens o poder do coração, sua nobreza
É muito mais que matéria, é o sentido
Do divino e do humano que somam
Os mistérios do desconhecido e do mágico.
Não à-toa Deus o fez raro, ouro,
Sabia que o humano precisa de símbolos
Para celebrar seus feitos dignos de seus desígnios.
Ouro que não se compra com prata
Ouro que abominas os que o aviltam
Como se, simplesmente, fosses uma coisa triste
Que inescrupulosos confundem com seu ser indefectível.
Brasileiros fortes, todos, são como seus heróis
Que choraram com as medalhas sobre o peito
Fiquem certos de que, para além dos metais,
Encontraremos o caminho do segredo da gruta
Onde o ouro de nosso destino nos aguarda
Em que pesem os pedregulhos da dura história.
(Amadeu Roberto Garrido de Paula, advogado e poeta. Autor do livro Universo Invisível e membro da Academia Latino-Americana de Ciências Humanas. )