Na Região Metropolitana de Goiânia a intensa urbanização e a ligação econômica entre os municípios impactam a região formada por 20 cidades. Esta situação provoca um número de viagens diárias entre municípios que extrapola a capacidade de planejamento e gestão da mobilidade e acessibilidade locais, o chamado movimento pendular.
A proximidade e conurbação entre os municípios ampliam os deslocamentos cotidianos entre os municípios em todos os modos de transporte e as prefeituras, responsáveis pelos serviços de trânsito e transportes locais, não conseguem dotar uma infraestrutura física e de serviços para atender essa demanda. Tal situação exige um processo de planejamento e gestão metropolitanos que envolvam o governo estadual e os municípios para o atendimento da mobilidade intramunicipal e intrametropolitana.
A mobilidade urbana impacta e é impactada por diversos elementos e variáveis urbanas, de forma direta ou indireta. De forma direta, o sistema de transportes e o uso do solo condicionam a capacidade, necessidade e forma de deslocamento das pessoas e cargas; enquanto outras variáveis econômicas, sociais, ambientais, de saúde, educação, segurança, também impactam os deslocamentos.
A sociedade e os gestores goianos têm procurado trabalhar este tema. Em 2011 foram consolidados três projetos para melhoria do transporte coletivo - corredores preferenciais em vias arteriais, BRT Norte Sul e VLT no Eixo Anhanguera - e a sociedade goiana se mobilizou em fóruns e seminários para discussão da matéria. Assim, o termo mobilidade urbana vem sendo paulatinamente absorvido pela população e pelos gestores da cidade.
O Ministério Público de Goiás agiu assim, ao realizar esta semana o Seminário Região Metropolitana de Goiânia: identidade, integração e mobilidade O objetivo do Seminário é discutir aspectos técnicos, jurídicos e políticos da mobilidade urbana no âmbito da Região Metropolitana de Goiânia, bem como o grau de participação dos entes municipais e estaduais, MP-GO e sociedade em geral na adoção conjunta de providências para seu fomento e melhoria. Foram parceiros na sua realização: Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), Universidade Federal de Goiás (UFG), Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Goiânia (Codese).
Nesta mesma vertente o Plano de Desenvolvimento Integrado da Região Metropolitana de Goiânia (PDIRMG), uma parceria do Governo de Goiás com a Universidade Federal de Goiás (UFG) é um grande instrumento e uma excelente estratégica que dará ordenamento a esta demanda urbana. E para que ele possa gerar resultados concretos é necessário o diagnóstico e a caracterização do histórico de deslocamentos na Região Metropolitana de Goiânia . Esta ação é de grande relevância para compreensão da dinâmica das viagens realizadas na região e assim propor ações de infraestrutura urbana necessárias à melhoria da acessibilidade e mobilidade nos acessos a capital.
(Garibaldi Rizzo, arquiteto e urbanista. Presidente do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas de Goiás. Conselheiro Titular do CAU-GO)