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Queimaduras na infância: prevenção como estratégia eficaz

Os acidentes na infância constituem um grave problema de saúde pública. Dentre esses acidentes, as queimaduras, ocupam lugar de destaque, pois representam um sofrimento intenso tanto para a criança, como para a família, caracterizado por internações longas e restritivas, desenvolvendo um estresse em vários sentidos, como físicos, psicológicos e sociais.

As queimaduras acarretam para as vítimas, desde lesões superficiais leves, até lesões profundas e graves, muitas vezes, levando ao óbito. Além disso, esses agravos externos determinam nas vítimas sequelas funcionais, estéticas, psíquicas e sociais, por exemplo, que perduram por períodos indeterminados.

A recuperação, quando possível, é longa, exigindo esforços, mental e físico, por parte da vítima, da família, além da compreensão, cooperação e credibilidade no tratamento.

O levantamento da situação das queimaduras no contexto mundial e nacional tem importância, principalmente, pelos índices crescentes na infância, principalmente na faixa etária de 1 a 5 anos. Referindo-se a essa incidência a literatura retrata que a maioria das vítimas é de crianças, tornando-se mais frente quanto menor for a idade da criança.

Isto ocorre pelo fato da criança, nesta idade, começar a andar adquirindo liberdade, porém, ainda sem noção do perigo, tornando-se uma vítima fácil dos acidentes.

Nos Estados Unidos, como no Brasil, as queimaduras constituem a segunda causa de morte, na infância, com mais de 50% dos casos relacionados a incêndio na roupa e incidindo na faixa etária de 1 a 5 anos, sendo que 80% das queimaduras ocorrem no interior dos lares, tendo como lugar mais perigoso, a cozinha.

A vigilância das crianças deve ser contínua. Os pais ou cuidadores necessitam de orientação quanto às etapas do desenvolvimento das crianças e as diferenças de comportamento entre meninos e meninas, para esclarecer os riscos e adotar medidas de segurança apropriadas. É necessária também a orientação sobre a segurança ambiental da casa, definindo quais objetos devem ser retirados ou protegidos, assim como a eliminação de líquidos inflamáveis, álcool, fósforos e outros que possam contribuir para a ocorrência de acidentes.

Diante desse contexto, é preciso destacar a importância de se divulgar a epidemiologia das queimaduras, como também, de educar a população sobre a urgência de se efetivar o cuidado preventivo, bem como, de se refletir sobre os hábitos e estilos de vida que têm favorecido esses acidentes.

É necessário ainda, estarmos atentos aos riscos que permeiam os domicílios, entretanto, deve ser responsabilidade de todos proceder como agente de promoção da saúde, tendo por finalidade, a consecução de uma vida familiar saudável.

(Érica Mayane Holanda Santos Carvalho, enfermeira, mestre em saúde pública e docente do curso de Enfermagem da Faculdade Estácio de Sá de Goiás – FESGO).

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