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OPINIÃO

Os decálogos de Maquiavel e de Lênin

Muito se fala no pensamento de Maquiavel, consubstanciado na sua obra-prima, “O Príncipe”.  Escrito em 1513, mas editado postumamente em 1532, trata de uma das teorias políticas mais elaboradas pelo pensamento humano e que tem grande influência em descrever o Estado desde a sua publicação até os dias de hoje, mesmo já tendo os sistemas de governo terem variado. No mesmo estilo de “Institutio Principis Christiani” do humanista holandês Erasmo de Roterdã, o intuito de “O Príncipe” é descrever as maneiras de conduzir-se nos negócios públicos internos e externos, e fundamentalmente, como conquistar e manter um principado, ou seja, um guia para como se chegar e manter-se no poder. Nesta obra, Maquiavel aconselha os governantes, em especial o Príncipe Lorenzo de Médici, como governar e manter o poder absoluto, mesmo que tenha que usar a força militar e fazer inimigos.
O historiador Henry Thomas considera a obra de Maquiavel "O Manual da Opressão". O genial italiano de Florença, morto aos 58 anos, sintetizou em dez normas sua filosofia nesse livro que vem atravessando séculos. É o que se denominou “O decálogo de Maquiavel”, assim estabelecido:
1. Zele apenas por seus interesses - em primeiro lugar pelos seus interesses, somente zele pelos interesses dos outros se vierem a coincidir com os seus interesses, ai eles passam a ser seus também.
2. Não honre a ninguém além de você mesmo; não se submeta, não se diminua, não se agache, não seja subserviente. Faça-se útil, indispensável, tenha orgulho do que faz e o faça com competência e honra.
3.  Faça o mal, mas finja fazer o bem; quando, por acaso, você vier a fazer o mal, quando for obrigado a prejudicar alguém, ou um determinado grupo, faça, mas procure minorar ou esconder tal feito, tal atitude e seus efeitos.
4. Cobice e obtenha o que puder, fazendo com que sua voz tenha força e suas ações tenham peso, importância e consequência e para que consiga atingir seus objetivos.
5. Seja miserável, seja obstinado, não tenha medo ou pena, faça o que tem de ser feito.
6. Seja brutal, firme, duro, não tenha pena da dor dos outros.
7. Engane o próximo toda vez que for indispensável e que for possível, de tal forma e de preferência que esse próximo não descubra que foi enganado.
8. Mate, Imobilize, tire de combate, faça com que seus inimigos não possam causar-lhe nenhum dano ou problema.
9. Use a força, a justiça, a sabedoria, a inteligência, o poder, em vez da bondade ao tratar com o próximo.
10. Faça o mal de uma só vez, mas o bem faça aos pouquinhos; pense exclusivamente na guerra, pois a guerra é o jogo da vida.
Embora não se encontre no texto de “O Príncipe”, a expressão "os fins justificam os meios", significa que não importa o que o governante faça em seus domínios, desde que seja para manter-se como autoridade, mas tornou-se uma interpretação tradicional do pensamento maquiavélico.
Quase quatrocentos anos depois, há mais de um século, no longínquo 1913, Lênin, preparando a revolução que explodiria em 1917, escreveu o "Decálogo" que apresentava ações táticas para a tomada do Poder. Se observarmos detidamente, veremos que aquilo que o revolucionário russo pregou como ações necessárias à tomada do poder, é exatamente o que vem ocorrendo. O Decálogo marxista-leninista é:
1 Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual – e estamos assistindo a um verdadeiro descalabro: já chegaram às escolas as orientações do Ministério da Educação que proíbem qualquer interferência do professor na orientação sexual das crianças.
2. Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa – é o que parece estar ocorrendo. Não precisamos quebrar muito a cabeça para ver as intenções dos últimos ministros da secretaria da Comunicação Social, pelas últimas declarações.
3. Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais – vimos os últimos governos incentivando os movimentos dos sem terra x fazendeiros, pobres x ricos, brancos x negros, e assim por diante.
4. Destrua a confiança do povo em seus líderes, e hoje vemos um Brasil sem lideranças confiáveis, sejam de que partido forem.
5. Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo.
6. Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação.
7. Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do país, e vemos que, apesar dos mais de cem anos transcorridos, o papel dos sindicatos se amoldou ao programa do governo.
8. Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam.
9. Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;
10. Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa.
Infelizmente é o que se desenhou para o nosso Brasil, sem tirar nem por, bastando que se observem as leis dos últimos governos: leis de cotas, excesso de sindicatos, movimentos populares, e por aí afora. Mas com este governinho mequetrefe que temos vai ser difícil.

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