Nunca é tarde – nem cedo – para abrir o próprio negócio. O raciocínio pode parecer meio clichê, mas é exatamente essa a resposta que utilizo quando me perguntam sobre qual o momento certo para empreender. Arriscar em um negócio do zero ou apostar em uma franquia? Bom, apesar de ser um questionamento que não tem uma verdade absoluta, até porque depende do perfil do investidor, bem como de uma série de variáveis, afirmo com precisão que investir em um negócio que já esteja “na rua” é uma via com menos obstáculos.
O setor de franchising vem evoluindo significativamente no Brasil ano após ano, alcançando maior profissionalização, aumento da competitividade entre as empresas, adoção de novas tecnologias, etc. O país é hoje o 4º entre os com maior número de redes de franquias, com mais de 3 mil marcas, atrás apenas de China, Coreia do Sul e Estados Unidos. É também o 6º no ranking das nações com maior número de unidades franqueadas, somando mais de 142 mil pontos, de acordo com o World Franchise Council.
Essa maturidade do setor está sendo fundamental para a retomada, ainda que lenta, da atividade produtiva brasileira. Embora sinta os efeitos do cenário macroeconômico, o mercado de franchising brasileiro dá sinais claros de alta performance. Apenas no primeiro trimestre de 2017, a receita do setor cresceu 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento das marcas passou de R$ 33,7 bilhões para R$ 36,9 bilhões, segundo Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
Muitos brasileiros que compartilham do sonho de abrir uma franquia, mas não o faziam por falta de recursos, tiveram, neste ano, um bom motivo para torná-lo realidade: a liberação dos saques das contas inativas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS), que deve injetar R$ 35 bilhões na economia nacional.
O recurso do FGTS pode ser o gatilho que faltava para novos empreendedores iniciarem sua trajetória no franchising. Mas antes de ir com sede ao pote, no entanto, cautela e avaliação criteriosa são fundamentais na hora de escolher a franquia.
Do ponto de vista de operação, procurar por redes que ofereçam as condições necessárias para que o negócio evolua, desde suporte na negociação de bons pontos comerciais até utilização de softwares de gestão e iniciativas de marketing, por exemplo, são elementos cruciais para o sucesso.
E mais do que isso, o futuro franqueado deve levar em consideração o que existe de tendência no mercado onde irá atuar. Isto é, apostar em negócios ligados aos novos hábitos da sociedade é uma excelente estratégia. O setor de serviços, por exemplo, é um dos que mais se destaca por apresentar ao mercado diferentes modelos e faixas de investimento.
Para se ter uma ideia, o segmento de Limpeza e Conservação, onde se destacam, por exemplo, as franquias de lavanderia, apresentou um incremento de 16% nos três primeiros meses do ano, o terceiro melhor desempenho de toda a cadeia de franchising.
Para os novos empreendedores, vale lembrar que não existe fórmula mágica, nem receita de bolo. Independente do negócio escolhido, recorro a uma frase de Warren Buffett, um dos maiores investidores do mundo, para controlar a ansiedade por resultados imediatos: "Não importa quão grande for o talento ou o esforço, algumas coisas levam tempo".
(Alexandre Diniz, diretor do Grupo Acerte Franchising, detentor das marcas Quality Lavanderia, Prima Clean Lavanderia Express e Linha e Bainha Costuras)