Aparecida de Goiânia só existe graças à compreensão e aquiescência de Pedro Ludovico que tinha muito amor e ciúme da cidade que construiu com especial carinho, cuidando sempre com o seu futuroso destino, projetando uma cidade para abrigar apenas 50 mil pessoas. Hoje, possui um milhão e trezentos mil habitantes e no futuro, indefinidamente, chegará a muito mais.
Ao ser eleito como o quarto prefeito de Aparecida de Goiânia, verificando suas potencialidades e o que deveria ser feito para o bem do povo que me elegeu, depois de muito estudo e levantamentos, por conta própria e sem nenhum aconselhamento de ninguém, loteei grande parte do Município de Aparecida de Goiânia, chegando ao final da minha administração haver feito “parcelamento do solo”, o mesmo que loteamento, em aproximadamente 75% do território aparecidense.
O que me levou a esse freudiano pensamento administrativo, foi imaginar que um dia a mãe Goiânia que nos deu o direito de nascer, era ter a firme convicção de que num tempo não muito distante, frente à “lei da procura e da oferta”, Goiânia teria o seu espaço físico exaurido e, que para o seu natural e expansivo crescimento, iria se desenvolver rumo e especialmente a um município sulino que abrisse as suas portas para o alongamento da exuberante capital.
É preciso registrar que nas 27 unidades federativas existentes no Brasil, sem exceção, inclusive o Distrito Federal (Brasília), todas elas crescem inexoravelmente para o sul e Aparecida de Goiânia não foge a essa regra.
Por essa lógica razão, durante a minha gestão, como chefe do executivo aparecidense, sem ouvir ninguém, apenas com minha consciência cívica, loteei o quanto pude a circunscrição territorial de Aparecida, desejando alcançar uma proliferação imobiliária que alastraria o setor residencial, comercial e industrial de Goiânia, para a cidade e município de Aparecida, trazendo um progresso generalizado e desenvolvimento do extraordinário município aparecidense, o que vem acontecendo, tornando o município a segunda cidade de Goiás em desenvolvimento sócio, político e econômico, somente superado pela querida mãe Goiânia, que será eternamente imbatível, em razão de abrigar no seu território, com ânimo definitivo, os maiores poderes Legislativo, Executivo e Judiciário de âmbito estadual e municipal, sendo berço e moradia dos maiores empresários, homens de negócios, portadores de muito dinheiro e grandes fortunas, respeitáveis investidores, destacados políticos, fazendeiros residentes, responsáveis pelo empreendedorismo nos agronegócios e toda espécie de atividades lucrativas, formalizando riquezas que representam dinheiro vivo, que se transformam em imbatível poder econômico e político, ditando as regras majoritárias.
Confesso, orgulhosamente, que ao aprovar centenas de loteamentos sem a necessária infra-estrutura, como diria meu saudoso amigo e ex-presidente Jânio Quadros, “filo porque quilo”, certo de que, com o correr do tempo, esses benefícios viriam acontecer normalmente.
Quanto a isso, devo dizer que quando vindo da zona rural de Cachoeira de Goiás, na década de 40, com pouco mais de 5 anos de vida, assisti pessoalmente o início do asfaltamento da Praça Cívica, feita com auxilio de “carro de bois” e compactação de rolo compressor, montado com enorme tronco de madeira pesada, com pouco mais de 2 metros de comprimento, que fazia um trabalho demorado.
Alguns anos depois, ainda jovem, presenciei a abertura de vários loteamentos circundantes do plano piloto de Goiânia, como o Setor Sul, Vila Coimbra, Setor Oeste, Setor Pedro Ludovico, que hoje grande parte se transformou no Setor Marista, onde moram suntuosamente a elite goianiense e todos eles e outros mais, igualmente não possuíam abertura de ruas e avenidas com largura compatíveis, não eram reservadas suas áreas verdes, não se resguardavam adequadamente os locais para construção de praças e logradouros públicos, sobrando muitas vielas, não disponibilizando áreas de recreação que fazem de uma cidade um conveniente lugar para se morar. Assim também e as pressas, foi feito em Aparecida de Goiânia. E a pressa é muitas vezes, inimiga da perfeição.
Com a imediata aprovação dos loteamentos em Aparecida as pessoas humildes e de posses limitadas, pretensos moradores de Goiânia, vindos do interior de Goiás e do Brasil inteiro, até mesmo de outros países, vieram para Aparecida, adquirir lotes para construir a sua própria casa, ambição de todos os brasileiros, transferindo suas residências e, empresarialmente, pretendendo ganhar dinheiro e alcançar o futuro de cada um.
Fui muito combatido quando da aprovação desses loteamentos, até mesmo pela pequena população aparecidense existente na ocasião, que ao contrário do meu pensamento, imaginavam que a proliferação imobiliária que estava sendo levada a efeito, teria um resultado negativo, inclusive prevendo o inconveniente aumento de impostos, complicações administrativas e construção de escolas, hospitais, no mínimo postos de saúde e outras providências de mister, que resultariam em muitos gastos que dependeriam de dinheiro que viria da cobrança de tributos, e que ao final, quem pagaria seriam os contribuintes aparecidenses, o que não deixa de ser uma inevitável realidade, contra qual não existe condições de opor. É preço do progresso.
Tinha para comigo que o desenvolvimento de qualquer município ou nação, teria forçosamente que acompanhar o natural aprimoramento e avanço tecnológico para se modernizar e proporcionar vida saudável e compatível, beneficiando a sociedade que sempre espera que o seu mandatário, atenda as reivindicações da população que representa para que ele trabalhe em todos os sentidos, buscando a felicidade do povo que representa, inclusive procurando os caminhos que levem ao encontro do potencial do município, provocando a geração de emprego, arrecadação compatível para custear as despesas com o pagamento do funcionalismo , enfim fazendo tudo que for possível para enriquecer e explorar o seu potencial, em favor do povo.
Essa modalidade administrativa no explorar aquilo que pode render dividendos vem de longe e é a meta dos grandes países considerados de primeiro mundo. Trabalhar muito e agradar o povo que espera muito e por isso exige tudo dos seus representantes.
De um modo geral, as nações que integram o chamado “Oriente Médio” onde existem as maiores reservas petrolíferas do mundo, com o resultado de possuírem o valoroso “ouro negro”, que transformado em dinheiro, impõe as regras monetárias vigentes em todo mundo, Aparecida de Goiânia vai muito bem e não será a regra ou exceção do “modus vivendi” e seu proceder, existente em todo mundo. E assim continuará sendo e acontecendo, conforme os mandamentos de Deus. Até a próxima.
A par de reconhecer que até agora, dentre os vários chefes do executivo goiano, aquele que mais trouxe genéricos benefícios ao Município de Aparecida de Goiânia, por extensão ao Estado de Goiás e com reflexos no Brasil inteiro, foi e tem sido o governador Marconi Perillo. O reconhecimento e sua declaração é uma qualidade dos justos.
(Freud de Melo, ex-vereador, ex-prefeito e criador do município de Aparecida de Goiânia)