Nos estertores do século XX, bem me lembram aqueles tempos, ninguém imaginava passar o que estamos passando no início do XXI . E tal atmosfera a considerar que ainda estamos nos albores da era digital. O certo é que padecemos de várias crises pelo mundo afora e o Brasil está a integrar esse contexto.
Quando fazemos um retrospecto da história, constatamos que a humanidade sofreu as mais diversas crises. Foram dramas e tragédias de doenças, de guerra, de conflitos geopolíticos, naturais e sísmicas como terremotos e maremotos; torturas e massacres nas mãos de ditadores e déspotas, o sofrimento de negros como escravos; etc.
Quando se lembra dos regimes tirânicos, o bom seria que todos eles fossem apenas registros históricos. Como o foi nosso regime militar de 1964-1985. Lamentavelmente, em pleno século XXI ainda sobrevivem algumas formas de governo tirânico, caso de Cuba, Coréia do Norte e alguns países da Ásia e da África. Mais melancólico ainda é haver em nossa época o ressurgimento de um governo de exceção (ditatorial) como a Venezuela. Referido governante (Nicolás Maduro) obtem o penhor e aval de alguns países latinos que ainda são regimes tirânicos e outros com fachada de democracia, mas que na prática e em termos de liberdades individuais comportam em mesmo grau ou pior do que o tal do bolivarianismo (injustiça com Simon Bolívar), do falecido Hugo Chaves.
Quando o partido dos trabalhadores (PT) assumiu a presidência do Brasil em 2002, independentemente de simpatia ou filiação partidária, todos almejavam que o país tivesse o salto de prosperidade em todas as searas sociais. Afinal, o dirigente-mor da nação, Luiz Inácio Lula da Silva, já era homem calejado na vida, como ex metalúrgico e ex perseguido da ditadura militar.
Nos seus primeiros quatro anos de mandato, houve de fato progresso, muitos programas beneficentes e avanços sociais. Mas, foram só essas conquistas. Um governante não governa sozinho. E do tal fisiologismo e balcão de negócios nenhum bom ou mau político escapa. Foi então nos termos e cláusulas dessa política suja e podre que surgiu o maior esquema de corrupção, subornos e desvios de dinheiro dos cofres das estatais. Estamos a falar do Mensalão e outros mensalinhos da corrupção. Era assim que funcionava o congresso. Ou melhor, é assim que funciona. Muitos de seus membros se tornam venais, corruptos e corruptores.
O resultado é que o país foi jogado na pior crise de sua história. De sorte que no estágio em que nos encontramos ninguém dos poderes se salva de algum “benefício” ou participação no maior esquema criminoso do mundo. Assim o afirmam todas as autoridades integrantes da polícia federal, do ministério público e do judiciário. A quadrilha do maior esquema de corrupção do Brasil e do mundo iniciou no governo do presidente Lula em 2005. Mesmo com vários condenados, a roubalheira, suborno e fraudes se perpetuaram por anos a fio. Mais que isso, todos os próceres e lideres do PT fizeram escola e um vasto discipulado porque depois vieram outras camarilhas e cartéis que dilapidaram muitas estatais como a Petrobras e suas subsidiárias de fabricação e comércio de petróleo e combustíveis. Até a Eletrobras e DNDES entraram nesse imbróglio.
A par da crise econômica e de recessão em que o país foi jogado vieram outras de igual gravidade. Citam-se aqui as crises política e de credibilidade. Tem sido de aceite consensual que nossa nação nunca esteve em tão alto descrédito com o que se tem de momento. Com tal cenário que se perpetua por anos é natural que outras crises surjam como no turismo, no investimento de capital estrangeiro etc; e o país mergulhando cada vez mais nesse lodaçal de governabilidade , de descrédito interno e externo a perder de vista.
Não esquecendo que internamente temos crises na saúde, na educação, na segurança, nos sistemas de transporte, entre outros. E o que torna mais gravosas referidas crises é imaginar que até as instituições públicas estão ameaçadas de crises. Basta refletir a seguinte situação. Os poderes Executivo e Legislativo já estão espandongados e em frangalhos de tantas traficâncias e descrédito.
Agora se até Judiciário e ministério público perdem crédito e o seu múnus público, aqui neste estágio estamos todos perdidos. Nos resta então mudarmos para a lua, porque para os “States” do Trump, de tanta trapalhada internacional, é que não vou!. Ele já pensou em uma muralha separando o México. E o que ele mais quer, com ou sem razão, é barrar a entrada de outros imigrantes. Marte, Marte, será que daria para morar nesse longínquo planeta. Não, não, lá faltam agua potável e oxigênio. Mesmo esfumaçada e com efeito estufa, a Terra ainda continua redonda e boa para morar.
(João Joaquim, médico, articulista DM – facebook/ joão joaquim de oliveira – www.drjoaojoaquim.blogspot.com - WhatsApp (62) 98224-8810)